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10 mitos sexistas sobre sexo que todo mundo precisa superar

Já passou da hora desses clichês serem oficialmente desmentidos - mas antes tarde do que nunca... Senta aqui, vamos conversar.

Por Giovana Feix
Atualizado em 12 abr 2024, 16h23 - Publicado em 30 set 2016, 12h50
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Quando o assunto é sexo, nada é “fórmula mágica” que funciona igual e perfeitamente para todos. Dentre todos os clichês que todo mundo já escutou (no mínimo, uma vez na vida), só existe um que é aceitável: que, para todo mundo aproveitar direitinho, tudo deve ser discutido com a(o) parceira(o). Principalmente para decidir se isso é o que ambos(as) querem!

Além desse postulado oficial, porém, nada deve ser interpretado como “é o mínimo”, “é certo” e, muito menos, “é errado”. Aqui estão alguns dos mitos famosos sobre o assunto que, em sua grande maioria, são bem sexistas.

1. Sexo = penetração pênis/vagina

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(Reprodução/Giphy)

Chega a dar uma vergonha alheia, ainda precisar dizer que isso é um mito. O sexo tem muitas nuances, muitas orientações e muitas formas de expressão para ser reduzido a esta “modalidade”. Além disso, acreditar nesta frase é extremamente problemático, pois exclui casais homoafetivos. Ou você realmente achava que eles(as) não fazem sexo?

2. A mulher só consegue atingir o orgasmo se estiver, de alguma forma, emocionalmente envolvida com o (a) parceiro (a)

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(Reprodução/Giphy)

Ai. Vamos lá:

“O orgasmo feminino é motivo de muitos estudos e é raro ocorrer em todas as relações sexuais”, explica o Dr. Gustavo Ventura, médico ginecologista e membro da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Sim, para gozarmos, precisamos nos sentir confortáveis – mas isso não tem necessariamente a ver com amor. E disso nós sabemos bem.

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De acordo com uma pesquisa realizada em 2015 pela edição norte-americana da Cosmopolitan, 50% das mulheres já sentiu estar quase lá, e, mesmo assim, não conseguiu atingir o clímax. 38% delas justifica essa dificuldade pela falta de estimulação clitoriana. Um estudo publicado no Journal of Sexual Medicine, inclusive, demonstra que as lésbicas gozam com mais frequência do que as mulheres hetero ou bissexuais. “Mulheres homossexuais estão mais confortáveis e familiarizadas com o corpo feminino, e, por isso, têm em média mais chance de induzir o orgasmo em suas parceiras”, diz o relatório. Os dados da Cosmopolitan indicam ainda que 72% das mulheres já tiveram um parceiro que “goza, mas não se empenha em fazê-las gozar também”. Ou seja: a tal “dificuldade” também tem muito de falta de vontade. Justamente por isso, várias celebridades e figuras públicas têm feito coro para que as mulheres “exijam” seus orgasmos.

3. O clitóris não passa de um “pontinho”

Esse mito está intimamente ligado com o anterior – com o perdão do trocadilho. Se faltam esforços e “estimulação clitoriana”, isso também se dá porque muitos ainda não sabem – além de onde ele fica – o que realmente é este maravilhoso órgão: o clitóris. Cientes da situação, as escolas da França adotaram recentemente uma medida que pode ajudar (e muito!) a educação de seus jovens nesse sentido. Nas aulas de educação sexual, vão começar a ser usadas em 2016 réplicas 3D da estrutura com-ple-ta do clitóris. E eu garanto que nem mesmo vocêzinha imaginava que, na verdade, ele é desse jeito aqui:

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Lindo, não é?

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3. A vagina de uma mulher fica “solta”, depois de ela fazer muito sexo

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(Reprodução/Giphy)

Ai. De novo.

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É comum ouvirmos por aí as horríveis palavras “arrombada” e “apertadinha”, para falar das nossas ~partes~. Sim, isso mesmo: as pessoas usam tais termos para se referir à genitália feminina, sem mais nem menos.

A mágica da vagina, no entanto, é justamente que, mesmo depois das maiores loucuras (por exemplo, aquela história chamada ~parto~), ela volta ao seu tamanho original. O Dr. Gustavo explica: “a vagina é uma estrutura muscular, por isso não é afetada pela quantidade de sexo já realizada”. Meça suas palavras, parça.

4. A ejaculação feminina não existe

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(Reprodução/Giphy)
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Existe, sim! Mas a ejaculação feminina é relativamente rara e bastante controversa. Alguns dizem que se trata, na verdade, de um xixizinho – este estudo francês encontrou bastante ureia no líquido em questão -, enquanto outros, como o Dr. Gustavo, interpretam-na como um mero aumento na lubrificação. Uma coisa é certa: “na maior parte das mulheres, é algo muito discreto”, explica o médico. O que nos leva ao único outro clichê louvável, no sexo: não espere que a vida real se pareça com um filme pornô. As mulheres do mundo todo agradecem!

5. O orgasmo clitoriano é “inferior” ao vaginal

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(Reprodução/Giphy)

“O orgasmo vaginal é mais difícil de ser alcançado”, explica o Dr. Gustavo. “Quanto à potência, é algo muito relativo e pode ter intensidade igual ao clitoriano”. Aliás, você sabia que existem 6 tipos de orgasmo femininos? Pois é, amiga, digo mais: todos eles são incríveis!

6. Perder a virgindade é sinônimo de romper o hímen

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(Reprodução/Giphy)

É possível ser virgem e não ter hímen.

É possível ter hímen e já ter feito sexo 218470 vezes.

Isso porque – como já dizia o primeiro & glorioso item desta lista -, existem vários tipos de sexo. Mas também porque, como explica o Dr. Gustavo, existem também vários tipos de corpos! “Existem mulheres que nunca tiveram hímen – ou que têm um hímen complacente, que não traz dor nem sangramento à primeira penetração”. Isso é papo furado de quem dá muito valor a algo que, possivelmente, você nunca teve.

7. Sobre o tamanho e o documento

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(Reprodução/Giphy)

Sobre o pênis, há mitos para mais de metro. Mas vamos listar aqui três que precisam, urgentemente, ser desmentidos:

Primeiro: “homens com pés, mãos e CORPOS grandes têm um pênis de tamanho análogo”. Essa é uma grande lenda urbana sem qualquer fundamento científico.

Segundo: “etnias têm tamanhos ‘padrão’ de pênis. Por exemplo: negros são bastante avantajados, enquanto asiáticos, não são”. Além de ser absolutamente preconceituoso, esse conceito não tem qualquer base de defesa.

Terceiro: “tamanho é documento, e, se o pênis for pequeno, isso o impede de causar prazer”. No sexo entre um homem e uma mulher (o famoso ~casal hetero~), deve-se levar em consideração que a maioria das terminações nervosas encontram-se nos 5cm iniciais do canal vaginal. Ou seja: 10 ou 15 cm a mais não são exatamente o que influenciam no orgasmo feminino – é o restante que interessa.

8. Os homens não sentem prazer nos mamilos

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(Reprodução/Giphy)

Desmentir esse mito é ótimo, porque ele é extremamente reforçado por nossas noções culturalmente construídas de “homem” e “mulher”. De acordo com o Dr. Gustavo, “os mamilos são áreas com muitas terminações nervosas e ponto de muito estímulo e prazer em ambos os sexos”.

O que provavelmente acontece com muitos homens é, no fundo, não se permitir sentir algo que eles julgam ser “exclusivo” às mulheres.

9. A mulher só está excitada se estiver “molhada”

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(Reprodução/Giphy)

Embora a lubrificação seja um bom termômetro para ver se o clima está ~rolando legal~, fatores além da excitação podem influenciar nesse momento. Mulheres que usam anticoncepcional, por exemplo, podem sofrer uma redução na lubrificação natural. E, se você estiver muito a fim, mas não estiver tão lubrificada assim, conte com uma ajudinha: o lubrificante é democrático, pode ser usado por todos e geralmente vem para ajudar (e muito) a sua vida sexual.

10. Devemos experimentar de tudo, pelo menos uma vez

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(Reprodução/Giphy)

Claro que experimentar é uma delícia – principalmente quando é uma escolha SUA. Essa história de “ter que” fazer algo para “dizer que fez” é um absurdo e não faz o menor sentido. Amiga, você não é obrigada a nada. Faça aquilo e somente aquilo que te faz feliz, dá prazer e agrada. O resto é problema de quem está te pertubando com essa ideia besta.

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