Para além do filme que ficou hypado nas rodas de conversa, a ninfomania é um transtorno que precisa ser entendido e, sobretudo, levado a sério. Caracterizado por uma compulsão sexual, o transtorno psicológico recebe este nome quando percebido em mulheres – quando identificado em homens, é chamado de satiríase. Daí, atualmente, tem-se usado mais o termo “hipersexualidade” para a condição.
De acordo com o CID (código internacional de doenças), a ninfomania é uma compulsão que não está relacionada a nenhuma produção de hormônios. “Estamos falando de um transtorno que tem como sintoma a compulsão pelo apetite sexual e a impossibilidade de controlar esses impulsos”, introduz Naiara Mariotto, psicóloga e sexóloga.
Como reconhecer se alguém é ninfomaníaca?
Não há uma causa pré-determinada para a ninfomania, mas acredita-se que ela pode estar relacionada à traumas, ansiedade ou depressão. E, apesar de também não existir um exame para o diagnóstico, os sintomas podem ser variados e carecem atenção.
“Entre os principais, está a busca incansável pelo prazer. Essas pessoas têm dificuldade de encontra-lo e, por isso, buscam as mais diversas formas de se saciarem. Como nunca estão satisfeitas, possuem muitos parceiros sexuais na confiança de que irão conseguir essa saciedade”, diz Naiara.
A sexóloga ainda afirma que as fantasias sexuais costumam ser afloradas, portanto o desejo (e até o ato) da masturbação pode acontecer em qualquer lugar e várias vezes ao dia.
“Acesso intenso a pornografia e frustração também são outros sintomas. A busca pelo prazer inalcançável, em um misto de prazer e culpa, aumenta a angústia e pode estimular crises de ansiedade”, acrescenta.
Vale lembrar que o diagnóstico deve ser feito por um profissional qualificado (psiquiatra), que irá avaliar o histórico da paciente, sintomas e comportamentos apresentados.
Como a ninfomania afeta a vida da pessoa? E do outro?
Para a profissional, essas mulheres trazem sofrimento para sua vida social, profissional e psicológica. “Toda compulsão, pode trazer riscos a saúde física e emocional”, afirma.
Ninfomaníacas podem ter problemas também com ansiedade, depressão e dificuldade em manter o foco no trabalho, por exemplo. “Com o alto número de relações que ocorrem, é alta também a chance de contrair as infecções sexualmente transmissíveis, já que o preservativo muitas vezes é esquecido”, alerta Naiara.
Já para o outro, a ninfomania também é prejudicial. “É muito comum essas mulheres não terem um laço afetivo, pois estão a todo momento em uma busca incontrolada pelo prazer. Seus pares, então, podem sofrer com insegurança, baixa autoestima e instabilidade na relação”, afirma a sexóloga.
E existe tratamento para a ninfomania?
Sim, o acompanhamento psicológico e psiquiátrico é fundamental para tratar o transtorno. Enquanto o psiquiatra irá prescrever medicações para regular o comportamento obsessivo dessas mulheres e ter um alívio dos sintomas, o psicólogo auxilia no reconhecimento desses comportamentos. “Juntos, é possível encontrar a causa para o transtorno e manter a compulsão sob controle”, finaliza Naiara.