“Não temos que negar quem somos para sermos aceitas”, diz Yalitza Aparicio
Atriz mexicana é a representante da América Latina no projeto #DiorStandsWithWomen, de Dior, que quer amplificar vozes femininas pelo mundo
A professora mexicana Yalitza Aparicio ganhou o mundo ao viver Cleo, uma empregada doméstica, no aclamado filme Roma, de Alfonso Cuarón. A performance lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz e a consagrou como a primeira mulher indígena a entrar no páreo por uma estatueta. A simbologia por si só já faria de Yalitza uma figura fundamental às mulheres, mas esse é só um dos episódios de seu compromisso com as lutas femininas e dos povos originários.
A missão, inclusive, lhe rendeu um lugar na lista das 100 pessoas mais influentes da Revista Time em 2019 e o título de embaixadora da Boa Vontade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) pela defesa das comunidades mexicanas. Não bastasse, nesta semana, Yalitza passa a integrar também o time de personalidades do projeto #DiorStandsWithWomen, da maison francesa Dior, que quer amplificar as vozes das mulheres e fortalecê-las ao redor do mundo.
“Como embaixadora da UNESCO, meu papel é representar, dar voz e visibilidade às comunidades indígenas, algo que sentimos falta por muito tempo. Também faz parte de ser uma figura pública a entrega da mensagem de que não temos que nos esquecer nossas origens ou negar quem somos para sermos aceitos, porque a sociedade precisa se adaptar à diversidade”, afirma ao projeto.
“Para mim, ser mulher significa ser forte e manter a cabeça erguida. Também significa resistência a tudo o que temos que enfrentar. Estamos lutando há muitos anos. Não se trata de superioridade em relação aos homens, mas de obter oportunidades iguais. Por exemplo, que no trabalho não te paguem menos ou te considerem menos capaz por ser mulher”, argumenta.
Yalitza se junta à cientistas, médicas, cantoras e atrizes, como Charlize Theron.
JUNTOS PELO BEM
Charlize, por sua vez, aparece ainda em outra ramificação da iniciativa. A atriz sul-africana é fundadora do Charlize Theron Africa Outreach Project (CTAOP), que nasceu em 2007 para apoiar uma rede de projetos educacionais e de saúde na região da África Subsaariana. Uma das iniciativas é o programa de liderança em parceria com a UCLA, chamado CTAOP Youth Leaders Scholarship, que atende, em sua maioria, jovens mulheres engajadas em suas comunidades.
Através da campanha, Dior, que já é comprometida com a causa desde 2019, estabelece a meta de arcar com bolsas de estudo integrais, material de apoio, computador, viagens e mentorias individuais por quatro anos para os beneficiados deste programa.