*Escrito por Maria Cecília Prado, diretora do site Beauty Editor
Quando se pensa em castanhos e marrons lindamente iluminados, logo se vem à cabeça o nome de Marília Tambasco, colorista do salão Marcos Proença, em São Paulo. Apesar de também fazer loiros e ruivos incríveis, Marília acabou ficando conhecida por trabalhar muito bem técnicas de mechas, pontos de luz e reflexos em mulheres que querem se manter morenas, mas ganhando um charme a mais.
“Percebi que a maioria das minhas clientes de cabelo escuro sentia vontade de clarear, mas tinha muito receio de que o resultado ficasse avermelhado ou então descolorido em excesso”, explicou durante a entrevista. “Então, comecei a experimentar formas de iluminar e trazer novos efeitos, mas mantendo os marrons e os castanhos como estrelas.” Aqui, ela conta seus segredinhos para criar tons de caramelo, toffe (marrom claro pendendo para o mel) e chocolate de dar inveja – e de fazer até loiras convictas pensarem em mudar de look.
CLAUDIA: Para começar, conta para gente qual é a diferença entre castanho e marrom? Ela pode até ser óbvia para um colorista, mas a cliente nem sempre consegue distinguir o que é um, o que é outro.
Marília Tambasco: Castanhos são tons naturais, em geral mais frios e acinzentados, ou no máximo neutros. Já quando falamos em marrons, estamos querendo indicar aquelas nuances mais quentes, com um brilho dourado ou caramelado, que só podem existir com a ajuda de técnicas de coloração. São tonalidades produzidas, nenhuma mulher nasce com esse tipo de cor.
Então vamos lá: quais são os segredos para iluminar um cabelo castanho de uma maneira moderna e natural?
Primeiro, vamos falar da parte técnica. Prefiro usar um oxidante mais suave, de no máximo 20 volumes, para descolorir os fios que pretendo iluminar. Dou um tempo de pausa maior, para que o cabelo ultrapasse aquele momento em que fica avermelhado e então atinja um tom amarelado. Por fim, aplico tonalizantes e colorações que vão fazer os fios descoloridos chegarem na nuance que tenho em mente.
Além desses cuidados básicos, fico atenta durante todo o processo de descoloração, checando em intervalos curtos como os fios estão reagindo. Porque se, por outro lado, você deixar o tempo passar demais, pode não conseguir chegar ao marrom que está idealizando – a cor fica desbotada ou até um pouco rosada.
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E além da parte técnica, o que mais é preciso observar?
A paleta de cores que você quer trabalhar. Se o cabelo é muito escuro, melhor optar por luzes de intensidade intermediária, em tons de chocolate, caramelo, toffe… Clarear demais pode ficar artificial! Já se o cabelo não é tão escuro assim – um castanho claro, por exemplo –, dá para ir um pouco além no clareamento. Mas, para manter a naturalidade, o melhor é ficar na cartela dos dourados.
Luzes e reflexos são obrigatórios quando se quer dar um toque de luminosidade ao cabelo castanho?
Não. Para evitar a descoloração, dá para fazer uma espécie de limpeza no fio. Misturo um pouquinho de xampu, água oxigenada e pó descolorante, tudo em doses mínimas, e espalho do comprimento às pontas. Traz uma nova vibração para o castanho, ilumina com sutileza sem fragilizar os fios. Outra opção: aplicar um tonalizante de brilho, que não tenha pigmento. É o chamado efeito gloss. Em meia hora, o produto garante brilho intenso e prolongado, o cabelo fica mais bonito sem ter que mudar de cor.
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E quando a mulher é loira e quer voltar a ser morena, qual o melhor caminho a seguir?
Recomendo que procure um colorista bacana. Fios loiros praticamente não têm pigmentos, se você simplesmente jogar uma coloração marrom ou castanha em cima pode acabar com o cabelo azulado ou até mesmo esverdeado. Não fica bonito. No salão, o cabeleireiro irá fazer uma pré-pigmentação adequada, em geral com um pigmento acobreado, para preparar os fios. Aí o resultado será muito melho.
Aquela história de que é melhor clarear o cabelo quando se fica mais velha é verdade ou mito?
Diria que é uma verdade relativa. Quando a mulher tem olheiras, manchas, rugas acentuadas, os castanhos escuros e médios podem ressaltar esses problemas – e isso vale até mesmo quando a pessoa é mais nova. Nesses casos, recomendo sim dar uma iluminada ou então optar por um corte mais curto e moderno, que faz o resultado geral ficar mais leve. Mas se você tem quarenta, cinquenta ou sessenta anos porém mantém a pele bem cuidada, fica mais livre para definir o tom que lhe cairá bem.