Em nova edição do Fórum CLAUDIA #EuTenhoDireito, mais de duas dezenas de mulheres presidentes de empresas estarão reunidas em um mesmo palco nesta quarta-feira, dia 20.
Em conversas mediadas por formadoras de opinião relevantes no mundo corporativo, as experiências mostrarão o protagonismo delas em alguns dos maiores negócios do Brasil e do mundo e também como conseguiram transpassar barreiras e perseverar em ambientes onde ainda são minoria. Falarão, é claro, da responsabilidade que carregam em liderar um movimento por mudança nas estruturas há muito consolidadas e pela conquista da igualdade de gênero.
Somos poucas, mas temos força!
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres ocupam 38% dos cargos gerenciais no Brasil. Na presidência, esse número cai para 18%, conforme a pesquisa Panorama Mulher 2018, realizada pelo Insper e a consultoria Talenses.
O dado reflete a situação feminina em outros países da América Latina e do Caribe, onde a distância de gênero permanece – e tem até aumentado – nos últimos anos. Mesmo no quesito desemprego, elas estão piores do que eles. Segundo o Panorama Social da América Latina 2018, em 2016 eram 10,4% de mulheres sem ocupação em comparação a 7,6% dos homens.
No caso de negros, as dificuldades são ainda mais desafiadoras. Ainda que estudos como o apresentado recentemente pela consultoria McKinsey revelem que empresas que investem em diversidade étnica têm 35% mais chances de alcançar um resultado financeiro superior ao dos concorrentes, sobram ofertas em cargos operacionais, mas faltam mulheres negras em posições executivas.
Esse cenário é consequência do racismo estrutural e da imensa falta de preparo das empresas e dos contratantes em questões de diversidade e inclusão.
Soltar o freio de mão é preciso
Deve levar mais de 200 anos para alcançarmos a equidade de gênero nas corporações, como apontou o relatório Global Gender Gap 2018, organizado pelo Fórum Econômico Mundial.
Os obstáculos para uma plena integração da mulher ao mercado de trabalho não são poucos, e a maioria deles foi abordada na primeira edição do Fórum CLAUDIA #EuTenhoDireito, realizada no ano passado.
Os relatos e debates trouxeram à tona o que há muito indicam os dados: as desigualdades reproduzidas continuamente são reflexo de uma estrutura antiga e antiquada.
Gravidez ou acúmulo de tarefas não remuneradas, como as referentes à casa, ao acompanhamento escolar dos filhos e à atenção exigida pelos pais idosos, fazem com que a mulher se sinta obrigada a optar por jornadas reduzidas, pausas que freiam sua ascensão e provocam até abandono do emprego. Apesar de essa ideia parecer desproposital aos homens, ela é realidade na maior parte do país.
A diretora de cinema francesa Virginie Despestes, em seu livro Teoria do King Kong (Martins Fontes), diz que as mulheres muitas vezes sentem vergonha do enorme poder feminino. A ideia de que temos de dar conta de tudo, apesar de equivocada, nos acompanha. A afirmação de Virginie, que se aplica a qualquer carreira, levanta outra questão que acomete as mulheres, a síndrome da impostora.
Esse comportamento se traduz em um sentimento – errôneo – de que a mulher não teria direito de estar na posição do topo por não ter capacidade para isso. Ele pode afetar até mesmo a superexecutiva de aparência confiante. Não raro, muitas mulheres reconhecem que, em um primeiro momento, assumir o protagonismo no ambiente corporativo pode lhes parecer uma atitude inapropriada.
Daí a necessidade de promover eventos que, como o Fórum CLAUDIA, criem um ambiente aconchegante para as mulheres trocarem experiências. Diante umas das outras, elas revelam as barreiras que enfrentam dentro e fora de corporação.
Apesar das particularidades da história de cada uma, relatada no palco, todas convergem para um objetivo em comum: a vontade de ajudar a outra e de mudar o cenário para quem está chegando. Vem daí a importância de discutir pautas com olhares múltiplos e vozes das mais diferentes origens, que tragam experiências diversas, criando assim um contexto mais global para tantos perfis femininos.
Agenda inesgotável
A missão de CLAUDIA e deste fórum é debater sobre o direito de as mulheres terem a carreira que almejam e de enfrentarem nessa trajetória os mesmos entraves que os homens. Elas precisam sentir e saber que podem avançar no mercado de trabalho sem ter de abrir mão da família, e vice-versa.
Neste ano, as reflexões continuam. Entre os temas a ser abordados estão a bagagem única que cada profissional carrega; a importância da construção da confiança; a inclusão feminina em territórios ainda muito masculinos, como a tecnologia; a coragem de mudar e a força para se reinventar quando a carreira não é mais satisfatória; os pontos fortes da feminilidade na gestão; e, claro, a união, ponto fundamental para que todas nós possamos construir um futuro melhor, com mais oportunidades.
Participantes 2019
- An Verhulst-Santos (L’Oréal)
- Ana Paula Bogus (Kimberly-Clark Professional)
- Anna Chaia (Samsonite)
- Carla Assumpção (Swarovski)
- Chiara Mariottini (Sisley Paris)
- Claudia Woods (Uber)
- Cristina Palmaka (SAP)
- Daniela Cruz (Vult)
- Fiamma Zarife (Twitter)
- Juliana Azevedo (P&G)
- Liliane Rocha (Gestão Kairós)
- Luciana Marsicano (Tiffany & Co.)
- Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza)
- Maite Schneider (Transempregos)
- Marcia Esteves (Grey)
- Maren Lau (Facebook)
- Maria-Laura Tarnow (The Estée Lauder Companies)
- Marília Rocca (Hidone)
- Nadir Moreno (UPS)
- Paola Kiwi (Tupperware)
- Paula Paschoal (PayPal)
- Rachel Maia (Lacoste)
- Sheila Makeda (Makeda Cosméticos)
- Tânia Cosentino (Microsoft)
- Teresa Vernaglia (BRK Ambiental)
Participação especial:
- Gal Barradas (Gal Barradas Brand&Venture)
- Nina Silva (Black Money)
- Ana Claudia Plihal (Linkedin)
- Ana Fontes (Rede Mulher Empreendedora)
Os ingressos já estão esgotados, mas é possível acompanhar a cobertura do evento por meio do site e das redes sociais de CLAUDIA.
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Confira as fotos do Fórum CLAUDIA 2019
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