Nos últimos anos as plantas tomaram conta das casas em uma tendência que veio para ficar. Consideradas por muitos os novos pets, elas garantem uma atmosfera de bem-estar nos ambientes, nos aproximam da natureza e demandam cuidados para que vivam sempre belas e saudáveis. Mas, se você tem dúvidas sobre o cultivo ou acha que está fazendo tudo certo, mas mesmo assim sua plantinha fica meio caída vez ou outra, confira a seguir as dicas que Marcos Mortara, biólogo e consultor botânico e autor do perfil Vidz Plantas, compartilhou com a gente!
1. Não conhecer a planta que você está cultivando
“Cada planta apresenta um conjunto de características próprias de cultivo. Como é que você vai saber a quantidade de luz, de água, o substrato ideal sem saber que planta está na sua mão?”, pondera o biólogo. Ele diz que um bom jeito de descobrir isso é perguntar para os vendedores nos gardens e floriculturas ou até usar aplicativos de identificação, como o Google Lens e o Plantix, ou, ainda, sites especializados no assunto.
2. Não garantir luminosidade adequada
Todas as plantas precisam receber luz para realizar fotossíntese. “Elas podem ser classificadas em três grupos: as de sol pleno, de sombra e de meia sombra. Então, na sua casa ou apartamento, as plantas devem ficar posicionandas perto de janelas e portas de vidro”, explica o especialista. Mas, caso não exista essa fonte de luz natural, você pode investir em iluminação LED de intensidade. “Só não vale por planta no banheiro sem janela!”, avisa.
3. Esquecer do substrato
“A gente cresceu aprendendo que as plantas crescem naquela terra preta fofinha, vendidas em sacos nas lojas. Isso até é verdade para hortaliças, temperos e frutíferas. Mas, inúmeras plantas não gostam de crescer na terra preta”, avisa Marcos. De acordo com ele, plantas epífitas, que na natureza crescem apoiadas umas nas outras, como orquídeas, bromélias e philodendron, gostam de um substrato composto de cascas de árvore e musgo. Suculentas e cactos preferem um substrato arenoso e pedregoso.
4. Errar a quantidade de regas
“Não existe um número mágico de regas que devem ocorrer na sua planta para ela ficar feliz. Explico: dependendo do local onde a planta está (ambiente interno ou externo), das horas de sol direto que ela recebe (pleno, sombra ou meia sombra), do clima da região onde você mora (tropical, árido, temperado) e do tempo que está fazendo naquele período (não para de chover há uma semana, está um baita frio ou calor muito forte), você pode precisar regar mais ou menos vezes”, diz o biólogo.
Mas, via de regra é assim: a gente rega plantas quando você toca o substrato e ele está seco. “Vale mencionar que muitas plantas tropicais, além de gostarem de agua no substrato, gostam e precisam de água borrifadas sobre suas folhas”, lembra.
5. Achar que vasos e cachepôs são a mesma coisa
“Vaso normalmente tem um furo no fundo, enquanto os cachepôs costumam ser muito adornados e não tem furo. A não ser que você esteja cultivando uma planta aquática, que gosta de viver no brejo, seu vaso precisa ter furo no fundo”, explica Marcos. Ele lembra também que água acumulada no substrato, literalmente, afoga as raízes e vira um criadouro de bactérias. “Resumindo, você pode usar um vaso dentro de um cachepô e toda vez que regar, é preciso retirar o excesso de água do fundo”, diz.
6. Não fazer adubação
Você precisa fornecer nutrientes para sua planta com alguma regularidade. “Cada espécie necessita de uma composição diferente e de uma frequência de adubação maior ou menor. No mercado existem muitas opções, semanais, diárias, mensais, trimestrais. Basta ver qual esquema funciona melhor pra você e sua rotina. Atenção: nunca misture adubos diferentes numa mesma adubação! E cuidado com o excesso, pois ele também é prejudicial para plantas”, afirma o especialista.
7. Não conhecer o o ciclo da vida da sua planta
Cada planta tem um tempo de vida no qual ela naturalmente nasce, cresce, se reproduz e morre. “Muitos temperos e hortaliças, por exemplo, tem ciclo de vida trimestral ou anual, já algumas árvores podem passar por esse ciclo em 20, 30 anos ou mais”, diz Marcos. Então, não fique triste se o vasinho de manjericão morreu depois de quatro anos ou se a muda de jaboticaba não deu frutos ainda. “Tudo é uma questão de tempo”, lembra.
8. Não evitar pragas e doenças
“Assim como nós, plantas podem ter problemas de saúde. Normalmente, eles estão associados às más condições nas quais ela está sendo cultivada. Planta na luz errada, no substrato errado, com falta ou excesso de água, com falta ou excesso de adubo se torna um organismo vulnerável”, explica o biólogo. Então, o trabalho preventivo começa ajustando todos esses fatores.
“Caso a praga ou doença já esteja instalada, só resta adotar um protocolo de tratamento adequado. Lembrando que assim como nós, cada doença das plantas é causada por um agente infeccioso e para cada agente, há um tratamento específico. Normalmente, as pragas mais comuns são insetos, como pulgões e cochonilhas, aracnídeos como ácaros, fungos, como ferrugem e bactérias”, completa.
9. Não levar em conta os hábitos de crescimento
Existem plantas arbustivas, arbóreas, herbáceas e elas podem ser trepadeiras (ou lianas) pendentes ou escandentes. “Plantas como philodendrons e costela-de-adão precisam de um suporte para crescerem pra cima, chamado tutor. Sem ele, essas plantas deixam de produzir suas folhas vistosas e características. Plantas como o maracujá e algumas espécies de feijão e ervilhas gostam de crescer trepando em grades ou treliças. De novo, vale a máxima, conheça a planta que você está querendo cultivar e providencie esses elementos que ela pode precisar”, diz Marcos.
10. Não pedir ajuda
“Se mesmo seguindo todas essas dicas, aquela planta do coração não está bem, peça ajuda para um profissional. Em todo o Brasil existem consultores que podem te atender online ou presencialmente para tentar te orientar. Não tenha medo ou vergonha de procurar um especialista”, finaliza Marcos.