Feliz 2021!
Nessa época, há um ano, estávamos falando de prêmios, de indicados, ansiando lançamentos no cinema e streaming. Jamais imaginaríamos o que estava por vir, nem mesmo quando Parasita ganhou todos os principais prêmios internacionais, incluindo o Oscar de Melhor Filme. No entanto, 12 meses depois estamos aqui pensando no Golden Globe.
A premiação da Associação de Imprensa Estrangeira em Hollywood é a que abre a temporada e, geralmente, as indicações são anunciadas em dezembro para que, no segundo domingo do ano, os vencedores sejam anunciados. Em 2021, por consequência da pandemia, será diferente. As indicações serão anunciadas no dia 3 de fevereiro e a festa será no dia 28. Honestamente, com tanta coisa que conseguimos assistir durante o isolamento, veremos muitas injustiças para reduzir ao seleto número de indicados por categoria.
Embora 2020 tenha sido um ano conflituoso para cinema, o streaming conseguiu superar o isolamento e praticamente não teve interrupção no fornecimento de conteúdo. Dentre todas as plataformas, a Netflix se consagrou em um ano tão complicado. Isso porque hoje, sem nenhum exagero, a Netflix é um dos estúdios mais fortes em Hollywood e reescreveu modelos de negócio que estão definindo o mercado. Suas séries têm qualidade e seus filmes já são indicados ao Oscar há alguns anos. Há uma grande chance de sair vencedora em 2021.
Em um grande sinal de solidariedade, as regras das premiações se adaptaram ao ano em que ir ao cinema ficou praticamente impossível e vão aceitar produções que praticamente foram direto para as casas das pessoas. Filmes como Mulan e Tenet, cujas janelas tradicionalmente de pelo menos 6 meses até saírem das salas de exibição que foram encurtadas para poder chegar ao público em casa. Há um grande receio que essa mudança de hábito não tenha mais volta.
Os Golden Globes têm uma característica interessante, premia na mesma noite cinema e TV (e streaming) portanto restam poucas dúvidas de indicações para os sucessos Bridgerton, The Crown e The Queen’s Gambit. Como atriz, a mais falada tem sido Vanessa Kirby por Pieces of a Woman. No filme da Netflix, a atriz que ainda reconhecemos como a Princesa Margaret de The Crown (nas 2 primeiras temporadas) e que tem passagens por franquias como Missão Impossível e Velozes e Furiosos, está espetacular como a mulher que se recupera do luto da morte de um filho (falar mais detalhes seria spoiler). Frances McDormand, por Nomadland e Carey Mulligan por Promising Young Woman podem tirar a chance de Vanessa por atuações extremamente elogiadas e premiadas.
Na categoria de TV, uma das favoritas para conseguir uma indicação, provavelmente de coadjuvante, é novata Emma Corrin, por sua elogiada estreia como Princesa Diana em The Crown. Curiosamente sua colega de elenco, Emerald Fennell (de quem já falei em colunas anteriores), que interpreta Camilla Parker-Bowles na série, é a autora e diretora de Promising Young Woman e está cotadíssima para ser indicada. As australianas Cate Blanchett, Rose Byrne e Nicole Kidman podem quase fechar uma categoria de Melhor Atriz TV Drama, por Mrs America e The Undoing, respectivamente. Aliás, será um ano interessante se além de Rose Byrne, Julianne Moore e Alicia Vikander forem indicadas porque as três interpretaram Gloria Steinem, sendo que as duas últimas no filme Glorias.
Como aconteceu com a despedida de Fleabag em 2020, Schitt’s Creek pode ser uma das vencedoras da noite na categoria de comédia. Emily in Paris, do autor de Sex in the City, não está descartada de ser lembrada, nem Lilly Collins, sua estrela, deve ficar fora na categoria de Melhor Atriz Comédia. Elle Fanning, estrela do controverso (e divertido) The Great também está popular entre as apostas. Da HBO as séries The Undoing, Perry Mason e Lovecraft Country devem se destacar, concorrendo diretamente com The Crown.
Tem muito mais para falar das temporadas de premiação, mas a melhor notícia do ano é a de que teremos Tina Fey e Amy Poehler mais uma vez conduzindo a festa. Em dias usuais, já seria um alívio, mas dentro do contexto atual? Uma benção!