‘Homeland’ se despede com brilhantismo, assim como começou
Homeland chegou ao fim esse domingo (26), com uma oitava temporada de tirar o fôlego
Carrie Mathison (Claire Danes) sempre foi uma heroína complicada. A agente da CIA, bipolar, fã de jazz e intensa até o último fio de cabelo se despediu dos fãs na noite de domingo (26), depois de 8 temporadas sensacionais. E, claro, não foi sem polêmica.
‘Homeland’ foi um dos grandes sucessos da TV americana (e mundial) e nasceu de um formato israelense, inspirado na série Prisoner of War, que, ironicamente só teve 2 temporadas em seu país de origem. A proposta inicial era contar a história de uma brilhante agente da CIA (Carrie) que recebe a informação de que um soldado americano passou para o lado dos talibãs. Carrie desconfia que o traidor seja um herói americano, recém liberado pelos afegãos depois de anos em cativeiro. (Spoiler, ela estava certa, porém se apaixona por ele).
Com a conclusão dessa trama na segunda temporada, igual ao formato original, Homeland seguiu se reinventando. Não faltaram conflitos diplomáticos em diversos países. A diferença está na bipolaridade da personagem principal. Ela é instável, se recusa seguir orientações médicas e, com isso, toma decisões muitas vezes questionáveis, sem medir consequências frequentemente trágicas. A única relação próxima da normal é com seu mentor Saul Berendon, interpretado por Mandy Patinkin, e mesmo essa é, no mínimo, doentia.
É preciso reconhecer a atuação premiada e brilhante de Claire Danes, que merece todos os elogios. Carrie vive no limite e desconfia até de si mesma. Gostar dela não foi uma tarefa fácil, mas me despedir dela também não. O episódio final, exibido no domingo, tem tantas reviravoltas que filmes de ação não conseguem alcançar a mesma tensão. Vale cada minuto.
Se quiser ganhar boas horas de um conteúdo inteligente, vale maratonar as oito temporadas, que estão na FoxPlay. E tentar decifrar a inesquecível Carrie Mathison.
Em tempos de isolamento, não se cobre tanto a ser produtiva: