Acordar cedo para fazer exercício físico sempre foi para mim um sofrimento. A cama é, inevitavelmente, mais atraente naquela hora. A lista de tarefas do dia é tão monumental que parece que sempre vai haver algo mais importante para fazer naquele dia do que ir para a academia.
Lutei durante anos contra a minha tendência sedentária. Tentei de tudo: musculação, corrida, yoga, bicicleta, natação… mas nada funcionou. Até que eu senti a necessidade de começar a malhar. O que transformou a forma como eu me exercito não foi a balança (que insistia a manter aqueles 5 kg), nem a bronca de um médico (eu levei várias por não fazer exercício).
Passei recentemente por uma crise familiar que me deixou muito para baixo. Por uma coincidência, justo naquele momento eu havia me proposto voltar a malhar. No meio daquele terremoto todo, eu descobri que a sensação física que tenho durante o exercício e, principalmente, depois dele, garantia que eu teria um dia muito melhor. Mais disposta, com mais energia e mais positiva para encarar todos os desafios do dia. Em pouco tempo, fiquei viciada.
Nos últimos tempos tenho estudado bastante sobre motivação e descobri que ela pode vir de dentro ou de fora. A motivação que vem de fora é o clássico “preciso fazer”. No meu caso, eu sempre soube que fazer exercícios fazia bem para a saúde, me ajudaria a manter um corpo legal e contribuiria para a minha disposição. Mas aquilo para mim sempre foi meio teórico.
O que me ajudou a viciar no exercício foi a motivação que vem de dentro. Eu descobri que eu me sentia muito bem. A perda de peso ou os benefícios para a saúde são fatores secundários. O que me leva a ir para a academia quase todas as manhãs é a forma como eu me sinto: disposta, animada, forte.
Um estudo realizado recentemente em parceria pela Universidade da Virgínia (EUA) e Universidade de Zurique (Suíça) mostra que essa motivação interna traz muito mais chances de ter sucesso com relação às nossas metas. Quando gostamos daquilo que fazemos, tendemos a fazer mais e mais daquilo.
Mas e com dinheiro, como é que faz? Quem é que gosta de fazer planilha ou anotar os gastos?
Por sorte, o estudo mostra que o porquê daquele objetivo importa tanto quanto a forma como você tenta atingi-lo. Imagine que dois alunos gastam longas horas para estudar para uma mesma prova – uma porque gosta da matéria e outro porque precisa de uma nota alta. Os dois podem ter a mesma motivação para estudar na véspera da prova, mas a primeira tem mais chances de aproveitar melhor a disciplina (e conseguir notas melhores) ao longo do ano.
Quando o assunto é dinheiro, então, o motivo por trás da nossa motivação importa muito. E não me diga que é controlar os gastos, porque isso é o mesmo que dizer que você gosta de fazer dieta. Ninguém gosta de fazer dieta – nem de controlar gastos.
Mas fica outra coisa se a sua motivação for juntar dinheiro para fazer uma viagem, reformar casa, dar uma festa ou juntar dinheiro pra ter uma aposentadoria tranquila. A preguiça de abrir a planilha ganha um contraponto: o desejo de realizar aquele sonho. A tarefa pode não ser gostosa por si só, mas o resultado é algo que você encontra sentido e dá valor. Nesses casos, você tem tantas chances de sucesso quanto quando você gosta da tarefa.
Então está na hora de rever as suas motivações. Você pode listar os seus sonhos, colocar uma imagem do seu sonho na tela do seu celular ou mesmo fazer um painel de visualização, que são aquelas cartolinas (ou telas de PowerPoint, para as mais tecnológicas) recheadas de imagens dos seus sonhos. Pode parecer bobeira, mas tome o caso do Michael Phelps, o maior nadador do mundo. Ele tem uma rotina de visualização precisa, na qual se imagina fazendo a prova toda de forma impecável e vencendo a prova.
No meu painel estão as fotos dos sonhos que quero realizar, como uma viagem para as Maldivas (#logochegola), junto dos meus objetivos profissionais. Tudo isso muito na motivação – e esse é um dos fatores mais importantes na hora de alcançar os seus objetivos.
Para ler mais sobre como cuidar bem do seu dinheiro, acesse o Finanças Femininas.
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