Foi lançado nos Estados Unidos, no começo do novembro, o livro (ainda não editado em português) Nurture de Erica Chidi Cohen. A doula que também é criadora do Loom uma escola e espaço de acolhimento para mães, concedeu uma série de entrevistas por ocasião do lançamento. Em uma delas, Erica mencionou o músculo da maternidade e o quanto devemos ser gentis conosco enquanto nos moldamos como mães: “É preciso abrir espaço para o erro. Cada mãe passará por esse processo de uma maneira particular e isso é bom.”
Me peguei pensando no músculo e no quanto ele precisa ser cultivado, treinado. Tenho duas filhas agora com 9 e 11 anos, lembro que durante a gravidez das duas, encarei o parto como o grande desafio da maternidade. Naquela altura, o futuro parecia absolutamente sob controle. “Quando a etapa do parto e da amamentação passarem com sucesso, estarei pronta para o que vier”, pensava.
Sabemos naturalmente que as duas tarefas, que eu imaginei ticar na minha listinha com aquela facilidade dos manuais, são mesmo de absoluta importância. Assim como tudo mais que se dá nos dois primeiros anos (se alguém ainda estiver na dúvida, vale correr para assistir O Começo da Vida). Mas a verdade é que o que estar por vir vai precisar de uma mãe bem mais fortinha, eu disse BEM mais.
Há um tempo, amigas, em que o cansaço físico, de preparar comidinhas, levar e buscar nas atividades, na casa dos amigos, organizar as festas de aniversário e dormir mal à noite, será a parte fácil da jornada. Quando o complexo da vida se apresentar para seus pequenos, quando o roteiro complicar, quando for preciso sofrer com seu filho e não por seu filho, aí sim esse músculo vai precisar crescer, tomar corpo, ganhar força.
Nos tornamos mães todos os dias, do exame positivo até hoje, amanhã e depois. Cada etapa pede uma destreza diferente. E para aprender, se renovar, se fortalecer vale de suplemento (leitura, referência, intuição) a personal trainer (redes de apoio – família, amigos, professores, pediatras). Isso dito por uma mãe que ainda nem chegou à adolescência das filhas. Temos muito a caminhar, vamos sem preguiça, que endorfina não é nada diante das alegrias da maternidade, certo?