Tive a alegria de ouvir, na última sexta-feira, Bárbara Esmenia recitar um poema do seu último livro publicado pela Padê Editorial. Um experiência presenciar a força dessa mulher assim de tão de pertinho, assim ao vivo.
Em um momento de sua fala, Bárbara nos lembrou a imagem que guardamos dos poetas: homens, europeus, já mortos, de uma outra época, de um outro lugar. Não estava posta ali a defesa para que eles deixassem de ser lidos, mas o convite para visitar também o que é nosso, o que nos diz respeito, o que nos aproxima das nossas vivências ou ainda melhor, que nos apresenta a vivências outras. Dos nossos, das nossas.
O poema que comentei no início deste texto me soou também como um chamado. Quero me juntar ao “Nós” que fala em “Desaprenderam Vocês”, busco também desaprender. Questionar o que é certeza. Refazer o que está pronto. Manter o olhar crítico. Ouvir e falar.
Saí de lá com a certeza de que precisamos ouvir mais, sempre. Mas que também é tempo de falar, de se fazer presente, de parar de ‘se comportar bonitinho’. Estendo o convite a você leitora: qual é o significado do que vem sendo silenciado em você? Quando falta a voz, qual é o nome do que te mantem calada? O que deixou de ser dito na reunião de trabalho, no jantar de família, na conversa com os amigos? Para quando guardamos o que queremos comunicar? Para quê? E para quem? Falemos.
Viva a poeta viva!
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