John Mayer começa hoje sua segunda turnê pelo Brasil

A história deve ser recorrente, não só minha. Quem conheceu John Mayer lá pelo começo dos anos 2000 deve ter descoberto o cantor americano por Your Body Is A Wonderland. Na canção, com título que pode ser traduzido para Seu corpo é um parque de diversões, ele divagava sobre uma tarde de muito amor e admiração pela parceira. Depois, vieram outros títulos melosos, desses que grudam na cabeça. Daughters, Stop This Train, Slow Dancing In a Burning Room. Elas tocavam de monte nas “rádios dos pais”, as que tinham na programação músicas menos pop e do gosto da galera mais velha. Quando ganhei meu primeiro mp3, com 256 megabytes ou capacidade para pouco mais de 50 músicas, vasculhei a internet para achar os arquivos das músicas do John. Os CDs ou DVDs eram caros, chegavam depois. Parecia inimaginável que um dia ele pisaria aqui.

Na faculdade, uma das minhas melhores amigas também era muito fã. Íamos para casa dela assistir Where The Light Is. Quase riscamos o disco ouvindo Why Georgia de novo e de novo e de novo. John já tinha causado algumas polêmicas naquela época. Num momento de prepotência extrema (dessas que o sucesso sobe demais à cabeça), deu declarações completamente sem sentido. Em outros momentos, esses de pura estupidez mesmo, ofendeu outras pessoas, foi racista. Por um tempo, ele ficou em baixa. Até para nós duas.

O tempo passou e, em 2013, anunciaram o primeiro show de John Mayer no Brasil. Ele cantaria em São Paulo, depois seguiria para o Rock in Rio. Cheguei a mudar a data das minhas férias para conseguir assistir a apresentação. Corri para comprar os ingressos para a pista do Anhembi. No dia, saí correndo do trabalho, e pelo caos que já se imaginava em torno do local, nem combinei de encontrar a amiga querida da faculdade. Mas deve ter alguma coisa mágica na nossa ligação com o John. Porque na hora que cheguei no Anhembi, lá estava ela passando pela fila. Assistimos o show juntas. Já em êxtase pela realização do sonho (e depois dela brigar com todo mundo em volta que insistia em conversar durante as músicas e os solos), começamos a nos dirigir para a saída. Mas aí John voltou para um bis maravilhoso que tocava justamente Why Georgia seguido de Stop This Train. Não tinha como não chorar.

Nem sei se foi assim mesmo ou se esse é o tipo de momento que fica glorificado, dourado ali na memória. Desses que a gente lembra pra sempre com um sorriso no rosto. Enfim, embarquei no dia seguinte com John embalando minha primeira viagem sozinha pela Europa. É por isso que hoje, mesmo com um CD que eu nem acho seu melhor, estarei lá no estádio para vê-lo estrear sua segunda turnê brasileira. Depois de São Paulo, ele ainda vai para Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Para quem não acredita que o cantor é capaz de dar um bom show, eu garanto que sim. Tem ele tocando blues (não dá para duvidar do seu talento na guitarra), cantando músicas românticas e grandes sucessos.

Se você estava em dúvida, sugiro comprar o ingresso (ainda dá tempo!). Fiz aqui uma listinha das minhas trilhas preferidas do John. Divide comigo esse momento de nostalgia e de música boa.

• cultura
• música