Aos 101 anos, Ilona Royce-Smithkin é ícone de moda e da vida
Além de artista plástica e cantora de cabaré, Ilona também é autora de um livro sobre as transformações advindas do envelhecimento
Se gosta de musas fashionistas prateadas, você provavelmente já viu a personagem de hoje por aí, pois Ilona Royce-Smithkin é uma das musas de Ari Seth Cohen, leia-se @advancedstyle. A mesma cover girl também ganhou o mundo, em março do último ano, graças à festa de centenário (sim, ele hoje tem 101) que ganhou dos amigos nas areias de Provincetown, no Estados Unidos, pois corria a primeira onda do coronavírus.
Essa figurinha diminuta de cabelos vermelhos vibrantes e cílios postiços de cinco centímetros, criados a partir de seu próprio cabelo, foge ao estilo das vovós que frequentam esta coluna (e detalhe: ela não tem netos e é lésbica) e por isso mesmo merece espaço. Afinal, quem colocou todas as idosos na caixinha da Judi Dench estava bastante equivocado.
Artista plástica, ícone da moda, cantora de cabaré, escritora e o que mais vem querendo ser ao longo dos seus 101 bem-vividos anos, Ilona nasceu na Polônia e estudou na Reimann Schule de Berlim e na Académie Royale des Beaux-Arts de Antuérpia. Emigrou para os Estados Unidos no final dos anos 1930 e estudou com Robert Brackman, na Art Students League de Nova York, onde viveu por um bom tempo e flana de tempos em tempos.
Sua vida sempre foi bastante animada. Ela chegou, por exemplo, a pintar um exitoso retrato de Tennessee Williams, mas um dos mais prolíficos anos de sua vida foi o de número 99, quando foi modelo de uma linha de óculos da Karen Walker e figurou nas seguintes publicações: New York Magazine, Time Out New York and Time Out London, The Huffington Post, StyleLikeU.com e LX-NBC, para citar algumas.
Autora de outros dois livros (Painting with Ilona e Joy Dust), foi a um ano de seu centenário que ela lançou Ninety-Nine: Straight Up, No Chaser, sua terceira obra, em que promete revelar a verdade sobre ter vivido todo esse tempo.
Ainda sem tradução para o português, o livro fala do envelhecer sobre sua perspectiva, ressaltando o colapso do corpo e o fim iminente da vida. Trata-se de um relato honesto, comovente, mas divertido de como ela é. Quem também se apaixonou por Ilona, pode segui-la no Instagram: @ilonaroycesmithkin.
Para ver mais histórias com esta e acompanhar minha “curadoria de avós e avôs”, acesse nataliadornellas.com.br ou @nataliadornellas, no Instagram. Ah, e se conhecer personagens que mereçam ter suas vidas contadas aqui, me deixe saber.