Enquanto os centenários brasileiros não começam a pipocar no meu e-mail (por favor, se conhecer algum, me conte a história!), escolhi dois estrangeiros para aquecer o coração e confirmar o meu mantra de que a velhice pode ser bela.
Começo com Eileen Kramer, afinal, ela está na Terra desde 1914 e tem primazia. Dançarina, coreógrafa, artista e escritora, ela segue fazendo arte aos 107 anos.
Fundadora do Bodenwieser Ballet, a primeira companhia de dança moderna da Austrália, ela viajou pelo mundo mostrando seu trabalho, trabalhou como modelo de artistas, conheceu Ella Fitzgerald e Groucho Marx e aprendeu a dançar com os hits de Louis Armstrong.
Às vésperas de chegar aos 100 anos, em 2014, ela voltou à sua Austrália natal, pois tinha saudades do cheiro dos eucaliptos. Lá chegando, decidiu retornar aos palcos, de onde não pretende sair enquanto estiver respirando.
Agora a gente viaja para Cincinnati para encontrar Mike Fremont, um centenário que ficou conhecido como “corredor vegano”. Ele começou a correr em 1958 e, nos últimos 46 anos, exercitou-se regularmente por Sharon Woods com seu grupo regular.
Sua rotina atual consiste em correr 8km três dias por semana, percurso que já foi bastante mais desafiador até os 99 anos, quando decidiu reduzir a carga e curtir mais a vida.
Quem fala de Fremont é Rich Roll, autor, atleta e podcaster que tem nele uma espécie de guru: “Mike Fremont se tornou um deus do fitness, quebrando uma série de recordes mundiais de corrida, incluindo o tempo de maratona mais rápido registrado para um quilômetro americano, aos 91 anos, e mais rápido de 96 anos”.
Vegano desde muito tempo, nosso supercentenário (como tem sido chamados os centenários muito saudáveis) disse em entrevista recente que o segredo de sua vida longa e saudável não tem a ver só com a quantidade regular de exercícios que pratica, mas com o que come (sua dieta é plant based) e com seus pensamentos.
*Para ver mais histórias com esta e acompanhar minha “curadoria de avós e avós”, acesse nataliadornellas.com.br ou @nataliadornellas, no Instagram. Ah, e se conhecer personagens que mereçam ter suas histórias contadas a plenos pulmões, me deixe saber.