Entre costuras, passarinhos e orações, conheça a vó Nenzinha
Na coluna de hoje do Conversa de Vó, Natália Dornellas apresenta Letícia de Brito Silva, nascida em 24 de maio de 1926, a vó Nenzinha
Que privilégio o meu, aliás o nosso, de poder conhecer um pouquinho da vida de matriarcas fortes, que sustentam verdadeiras cirandas. Hoje apresento Letícia de Brito Silva, nascida em 24 de maio de 1926, filha de Acúrsio Fagundes de Brito e Maria Pia da Conceição, na localidade de Caboclo, zona rural de Sapeaçu, Recôncavo Baiano. Casada com Crispim Quintiliano Silva, vó Nenzinha teve duas filhas (Ivone e Ivonilda) e três netos (Sara, Paulo e Carla).
Desde cedo, ela trabalhou duro nas roças de fumo e mandioca da família. A vida não foi fácil, mas ela sempre contribuiu para a renda da casa com os seus trabalhos de costureira e quituteira, fazendo sequilhos, bolinhos e outros doces, cujas receitas ainda fazem sucesso por lá.
Já aposentada ela aprendeu as artes do crochê e do ponto de cruz e faz toalhas de prato que adora dar de presente. Católica e devota de Santa Dulce dos Pobres, vó Nenzinha divide seu dia entre suas costuras, passarinhos e orações. A hora terço é sagrada, aliás ela dorme agarradinha com um (terço) e com Santa Dulce ao lado.
As fotos que temos o privilégio de ver eram um desejo antigo da neta Sara. “Sempre quis fazer um ensaio com as mulheres da minha casa. Acho a força feminina muito presente na minha vida e tenho como exemplo de força e coragem minha mãe e avó”, me disse ela.
Mas como mãe e avó não queriam sair “feias” na foto, foi preciso um tempo para que fizessem seus figurinos para o grande dia que foi documentado pelo fotógrafo Thiago Rosarii (o neto da vó Bezinha, de quem já falei aqui também). “Este ano, devido a pandemia, tivemos que nos afastar fisicamente e assim que pudemos nos encontrar, agora nas minhas férias, retomei a ideia e fizemos”, complementa Sara, que é enfermeira full time.
Vó Nenzinha é deficiente auditiva, com perda severa em ambos os ouvidos, mas eu e a Sara estamos pensando seriamente em encontrar um jeito de fazermos um Conversa de Vó ao vivo, dia desses. Vai que Santa Dulce ajuda, né?
*Para ver mais histórias com esta e acompanhar minha “curadoria de avós e avós”, acesse nataliadornellas.com.br ou @natalia dornellas, no Instagram. Ah, e se conhecer personagens que mereçam ter suas histórias contadas, me deixe saber