O título desta coluna parece remeter ao filme Sete noivas para sete irmãos, lançado em 1954 e dirigido por Stanley Donen, porque, de fato, as histórias se assemelham. Ao menos pela premissa. Mas, antes de começarmos a contar esse caso um tanto incrível, vamos pedir para você, querida leitora, pegar um bloco de notas e uma caneta para conseguir acompanhar todos os personagens que seguirão. Você logo entenderá o porquê.
Dito isso, vamos lá! Para facilitar, vamos contar a história por partes: as irmãs — as noivas desta narrativa — são de Minas Gerais e se chamam Cláudia, Silvana, Vilmena e Fátima. Já os irmãos Idelson, Ivanilton, Ivonildo e Ivonaldo são da Bahia.
Foi a Cláudia quem começou essa grande aventura familiar. Na época, ela já morava em São Paulo e era noiva de um outro rapaz — enquanto uma quinta irmã dela, a Zara, namorava o Idelson.
A Zara, porém, tinha apenas 16 anos e decidiu que não queria mais estar naquela relação. Assim, pediu ajuda a Cláudia: que ela terminasse o namoro e ligasse para o Idelson para anunciar o fim.
A Cláudia topou auxiliar a irmã e, para a sua surpresa, o Idelson respondeu dizendo que era com ela que ele gostaria de ter namorado desde o começo. A Cláudia achou tudo aquilo uma loucura e disse que já estava noiva de outra pessoa… Mas isso não foi o suficiente para impedir Idelson. Ele insistiu — até que um dia aconteceu o improvável: Cláudia se apaixonou por ele. A partir dali, ela terminou o noivado com o pobre rapaz sem nome, começou a namorar o Idelson e eles decidiram se casar.
Depois desse encontro com final feliz, um dos irmãos do Idelson, o Ivanilton, se mudou para São Paulo e se apaixonou pela Silvana, uma outra irmã de Cláudia. Com a vinda para São Paulo, os irmãos decidiram abrir uma oficina mecânica e precisavam de mais gente para trabalhar. É nessa onda que surge o Ivonaldo.
Quando o Ivonaldo chegou, não demorou muito para que ele também se apaixonasse, tudo em família — dessa vez, pela Fátima, mais uma irmã de Cláudia e Silvana. Mas esse rebu todo não seria tão emocionante se não houvesse um desencontro. Ao contrário das irmãs, a Fátima não se apaixonou perdidamente pelo Ivonaldo.
(Uma pausa para você anotar os nomes e sequência dos encontros: Cláudia se casou com Idelson, Silvana namora Ivanilton, e Ivonaldo está de olho em Fátima. Tudo anotado?)
Como dizíamos, Fátima não estava a fim do Ivonaldo. Mas as coisas continuavam fervilhando nas famílias. Uma irmã dos rapazes veio para São Paulo e trouxe uma fotografia de um outro irmão solteiro: o Ivonildo.
Foi aí que a Vilmena, outra irmã das meninas, não perdeu tempo: viu a foto e se apaixonou apenas pela imagem de Ivonildo. Vilmena e Ivonildo mantiveram um relacionamento à distância durante um período, enquanto Cláudia e Idelson, e Silvana e Ivanilton continuavam firmes e fortes em suas relações.
Só a Fátima que seguia em outra e não caía nas graças de Ivonaldo. Acontece que o rapaz não estava preparado para desistir — e que bom! Depois de um tempinho, a Fátima acabou reconsiderando e decidiu dar uma chance ao moço.
Assim, começaram a namorar sob uma condição, digamos, peculiar. Fátima exigiu que eles se casassem junto de todas as outras irmãs, no mesmo dia e na mesma igreja.
E foi isso que aconteceu!
Em 24 de abril de 1999, todos os quatro casais subiram no altar e disseram sim. Cláudia e Idelson, que começaram a namorar quase uma década antes dos outros, estão juntos há 37 anos. Vilmena está com Ivonildo há 26 anos. E Silvana está com Ivanilton há 25 anos, assim como Fátima com Ivonaldo.
Cada casal é uma peça única nesse quebra-cabeça familiar complexo. Uma coisa é certa, porém: o amor se manifesta de maneiras diversas, mas tem sempre a capacidade de criar laços profundos e significativos.