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Alexandre Simone e Lucas Galdino, comunicadores e criadores do @historiasdeterapia, contam causos que vão do emocionante ao cômico
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O fio vermelho do destino uniu este casal de maneira especial

A relação entre Marina e Felipe precisou de dezesseis anos para amadurecer e se tornar o que sempre foi: um encontro de almas

Por Alexandre Simone e Lucas Galdino
19 jun 2024, 16h00
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  • Segundo a lenda japonesa Akai Ito, o destino amoroso entre duas pessoas está conectado por um fio vermelho, que as une  independentemente do tempo e da distância.

    A lenda bem que poderia descrever a história de amor entre a Marina e o Felipe. Não porque os dois estejam, de fato, com um fio vermelho preso em seus dedos mindinhos, mas porque o sentimento que têm um pelo outro vai para além de uma única existência.

    Mari cresceu sofrendo bastante bullying na sala de aula e, quando foi transferida para outra escola, acabou caindo na sala do Felipe. 

    Na primeira troca de olhares, Mari já entendeu que ele marcaria sua vida para sempre. Ela diz que não foi amor à primeira vista, mas uma conexão para além do que as palavras podem explicar. 

    Felipe, por sua vez, talvez tenha interpretado essa conexão de outra forma. Assim que ela se sentou na nova sala de aula, lá foi ele pirraçar a novata. O ano era 2006 e os dois tinham 14 anos.

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    Para provocá-la, Felipe cuspia bolinhas de papel pelo tubo da caneta que grudavam no cabelo da Mari. Por um tempo, a menina tentou ignorá-lo — sem sucesso, porém. Um dia, Mari perdeu a paciência e deu um basta nas brincadeiras sem graça do garoto e, para surpresa de ambos, aquele limite foi essencial para que os dois pudessem se tornar amigos. 

    A amizade, então, nasceu e os dois começaram a se aproximar. Aos poucos, foram criando uma relação que não tinham com nenhum outro amigo ou amiga. A ligação era tão única que eles sabiam que ia além de uma amizade muito forte. Ou melhor, sabiam que era amor.

    Quem deu o primeiro passo para fora das quatro linhas da amizade foi o Felipe. Em uma festa, aos 15 anos, ele a surpreendeu e deu um beijo. Aquele beijo marcou a Mari para sempre. Nunca mais ela daria um beijo tão inesquecível. 

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    Ainda assim, a atitude ousada do Felipe fez com que tudo degringolasse. Não por culpa dele, claro, mas porque os dois estavam tentando processar os sentimentos confusos que existiam dentro de si. 

    No dia seguinte, Mari e Felipe combinaram de esquecer o que havia rolado e seguir em frente como amigos. Isso, porém, não era mais possível — assim como não era mais possível, naquele momento, ficarem juntos de verdade. As coisas ficaram desarranjadas e, apesar de nunca deixarem de se falar ou se ver, os dois se afastaram. 

    Tempos depois, a Marina acabou mudando de cidade para fazer faculdade. Felipe, por sua vez, se envolveu com outra pessoa e se tornou pai. Mari então também juntou as escovas com outro boy, terminou o relacionamento, virou mãe solo… A vida aconteceu

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    O fio vermelho que os conectava desde o início se embolou em um grande nó

    Foram mais de 10 anos em que Mari e Felipe viveram vidas paralelas, sem nunca esquecer um do outro. O emaranhado de fios só se desfez quando Mari, já solteira, descobriu, por uma amiga em comum, que Felipe (solteiro há um tempo) estava passando por alguns problemas pessoais.

    Ela foi atrás dele oferecendo ajuda, e sentiu que aquela era a oportunidade para os dois ficarem juntos. Felipe sentia o mesmo. Era como se o tempo não tivesse passado — era como se, finalmente, tivesse alcançado os dois. 

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    Marina e Felipe entenderam que precisavam ter passado por tudo que passaram — amadurecer, se envolver com outras pessoas — antes de ficarem juntos. Já adultos, completos e maduros, era chegada a hora de encontrar o equilíbrio.

    Depois de 16 anos, os dois disseram sim para o sentimento que nutriam desde a primeira vez em que se viram, em uma vida passada.

    Assim como na lenda Akai Ito, o fio vermelho que liga a Mari e o Felipe se esticou, se emaranhou, mas nunca se rompeu. Os dois estão até hoje unidos independentemente do tempo e da distância. Pelo menos nesta existência. 

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