Black Friday: assine a partir de 1,49/semana

Diário De Uma Quarentener

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Juliana Borges é escritora, pisciana, antipunitivista, fã de Beyoncé, Miles Davis, Nina Simone e Rolling Stones. Quer ser antropóloga um dia. É autora do livro “Encarceramento em massa”, da Coleção Feminismos Plurais.
Continua após publicidade

Ainda teimo na esperança

A colunista e escritora Juliana Borges reflete sobre a relação que temos com o tempo e nossos sentimentos

Por Da Redação
24 set 2020, 20h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • São Paulo, 24 de setembro de 2020

    “Não sou esperançoso por pura teimosia, mas por imperativo existencial e histórico”

    Paulo Freire

    Hoje, acordei com uma certa positividade diante de tudo. Pode ser que amanhã tudo já tenha sido arrancado de mim, provavelmente pela imensidade de notícias péssimas que o mundo tem produzido. Mas, hoje, depois de uma quarta-feira terrível, em que quase fui vencida por crises de gastrite e biliar, meu inconsciente resolveu responder com esperança.

    Continua após a publicidade

    Muita gente tem uma ideia negativa sobre esperança, em uma relação direta que faz entre esperança e esperar. O que eu entendo. Porque a espera remete àquele que busca a comodidade, que não enfrenta situações. Mas, eu relaciono aqui a ideia de esperança freiriana, de esperançar.

    Um transitivo direto e pronominal, esperançar é “animar-se” e “estimular-se”, buscar os objetivos e jamais desistir deles. Para Paulo Freire, o futuro é um contínuo em aberto, porque construído a partir de movimentos que fazemos no presente. Então, o futuro sempre pode mudar, jamais pode ser determinado. Assim como o presente, que jamais pode ser visto como posto, como o que deve ser vivido como se apresenta, mas como momento em que fazemos, em que trilhamos caminhos e fazemos escolhas. O presente é contínua luta e fabricação do futuro, de transformações.

    Diante de tantas coisas no mundo, acho que meu inconsciente está me dizendo para não desistir de pensar que o que faço agora fabrica o meu futuro. E se o quero de outro modo, preciso teimar. Assim como a epígrafe, minha esperança se finca na teimosia por dias melhores, é parte do que me faz existir. E isso não é ser uma alegre ingênua, fabulando todo tempo. Mas de uma existência ativa e em movimento, de uma existência indignada e resiliente.

    Continua após a publicidade

    Resiliência: como se fortalecer para enfrentar os seus problemas

    Publicidade

    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

    Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
    digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

    a partir de 10,99/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.