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“Me casei com meu irmão por parte de pai e tivemos duas filhas”

Quando Eduarda ficou noiva de Giovane, jamais teria imaginado que compartilhavam mais do que o amor um pelo outro

Por Kizzy Bortolo 
Atualizado em 20 mar 2024, 18h17 - Publicado em 20 mar 2024, 18h16
casei com meu irmão
Eduarda e Giovane no dia de seu casamento.  (Acervo pessoal/Divulgação)
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Em 2005, a funcionária pública paranaense, Eduarda Marcon Nunes, de 33 anos, conheceu e começou a namorar com Giovane. Eles ficaram juntos por dois anos, sem saber que eles poderiam ser “meio-irmãos. Apaixonado, o casal resolveu ficar noivo e, no mesmo dia do jantar de noivado com as famílias de ambos, surgiu a desconfiança. Leia a história.

*Depoimento a Kizzy Bortolo 

Conheci Giovane no colégio onde nós estudávamos. O ano era 2005, ele estava no último ano do ensino médio e eu havia apenas começado o primeiro anoNa época, eu estava com 14 anos, e ele com 17. De cara, já tivemos várias afinidades e ficamos muito amigos. Tínhamos uma relação de amizade muito sincera, verdadeira e divertida.

Nós saíamos juntos quase sempre e, naquela ocasião, eu ficava com um amigo dele e ele estava solteiro e ficando com outras meninas. Terminamos o ano letivo e logo ele se formou. Assim que passaram as férias escolares, retornei ao colégio. Mantínhamos contato pelo antigo MSN e, na época, falávamos quase todos os dias. Até que marcamos de assistir um filme num sábado à tarde na casa dele.

Até então, tudo estava na base da amizade. Ele disse para eu convidar uma amiga, que ele também iria convidar um colega dele. Convidei uma amiga minha que ele já até havia ficado. No dia marcado, chegamos até a casa do Giovane, que já estava com o amigo dele, e era justamente o menino que essa minha amiga era apaixonada. Então, já sabia que não ia rolar mesmo de eu ficar com o rapaz. Na primeira oportunidade, ele já me tascou um beijão na boca!

Ficamos juntos por três meses, mas não deu muito certo nessa primeira tentativa. Nós logo rompemos e seguimos cada um o seu caminho. Enquanto estávamos juntos, percebi que um sentimento havia crescido entre nós e, mesmo depois de alguns meses separados, começamos a nos encontrar na casa de amigos em comum, conversamos e, finalmente, Giovane me pediu em namoro.

Em 15 de setembro de 2007 começou, oficialmente, a nossa história! No início, parecia uma história comum, como de tantos outros casais. Um namoro que começou na adolescência, no período da escola, tudo normal. Porém, após quase dois anos de namoro sério, em 2009, decidimos ficar noivos. E foi aí que o ‘nosso mundo quase caiu’.

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Para oficializar o noivado, combinamos de fazer um jantar íntimo entre as nossas mães, para que elas se aproximassem. Antes, elas nunca tiveram contato, pois trabalhavam a semana toda e não eram muito de sair de casa, eram mais reservadas.

No dia do nosso jantar de noivado, estávamos os dois muito ansiosos para conversar com os nossos pais e ver o que achavam, já que éramos muito novos para noivar, mas já sabíamos bem o que queríamos! Eu estava com 18 anos, e Gil com 21. Ele queria pedir a minha mão em casamento para meu pai, tal como manda o figurino.

Ele e os pais chegaram à minha casa e todos ficaram conversando na sala. Notei que minha mãe, assim que viu a minha sogra, arregalou os olhos e fez cara de assustada! Não entendi nada. Até que minha mãe me chama ao meu quarto. Logo, gelei! O que poderia ser? Ela me perguntou se o pai do Gil era o pai biológico ou se era padrasto dele. Se ele tinha algum outro irmão mais velho. Falei que não, que o Giovane era o filho mais velho, que só tinha uma irmã mais nova e que aquele era o pai biológico dele, até porque tinham o mesmo sobrenome. Eu não sabia, até então, que meu sogro era padrasto do Gil.

Foi quando minha mãe me disse que já conhecia minha sogra do passado, que elas já haviam trabalhado juntas na mesma empresa na cidade de Francisco Beltrão, no interior do Paraná, onde todos nós moramos até hoje. Giovane nasceu em 1988. Ela ainda me disse que minha sogra havia sido casada (antes dela) com meu pai biológico e que, quando eles se separaram, ela se lembra que a minha sogra estava grávida. Achei que mamãe estivesse brincando, mas ela insistiu.

Me disse que a reconheceu de imediato. Parece que, quando minha sogra e meu pai biológico se separaram, ela já estava no final da gravidez ou o bebê já tinha nascido, minha mãe não se recorda direito. Logo depois, minha mãe começou a se relacionar com meu pai e, três anos depois, eu nasci. E aí veio a bomba: minha mãe disse que se essa história toda se confirmasse, o Giovane poderia ser sim meu irmão!

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Na hora não acreditei, minha reação foi rir e brincar: ‘Mãe, se a senhora não quer que eu me case é só falar, não precisa inventar uma história absurda dessas!’. Mas ela insistiu e disse que tinha quase certeza. Inquieta e bastante intrigada, minha mãe não aguentou manter essa história em sigilo e, após o jantar, soltou contou a história para todos ali presentes. Minha sogra negou tudo e ainda disse que minha mãe estava enganada. 

Minha mãe não se conteve e seguiu o assunto. Exaltada, falou que se o Giovane não tivesse um irmão mais velho, então, ele mesmo poderia ser filho do Jair que, no caso, é o meu pai biológico! Na hora, todo mundo ficou perplexo e um silêncio absurdo tomou conta da sala lá de casa, ninguém nem respirava! Foi um choque tremendo! O clima de tensão se instalou lá em casa. Meu sogro permaneceu em silêncio, não deu uma palavra. Acho que nem em novela ou filme vi uma cena dessas.

Minha sogra afirmou que tinha certeza que Giovane era filho do marido dela. E, claro, ainda ficou ofendida e a noite acabou ali mesmo, com ela indo embora ao lado do marido. Gil e eu nos abraçamos e começamos a chorar sem entender nada. De um lado, meu padrasto ainda incrédulo, ficou nos consolando e minha mãe, revoltada, já estava louca da vida dizendo que tínhamos que terminar logo esse namoro e que não podíamos prosseguir juntos.

Vocês nem imaginam como foram tensos e difíceis os dias seguintes a esse trágico jantar. Minha mãe, que sempre foi muito religiosa, queria que nos separássemos logo, pois achava que era errado. Ela me levou à igreja que frequentava para eu me confessar com um padre, que tentou me convencer a terminar, o quanto antes, o namoro com o Gil. Mas, não teve jeito, nós nos amávamos, já estávamos juntos há dois anos e não tínhamos nenhum sentimento de irmãos, nos víamos como homem e mulher!

Sem falar que já havíamos tido todas as experiências como casal, já tínhamos dormido juntos, transado, ou seja, nada havia mudado em relação aos nossos sentimentos e atitudes após saber dessa suspeita. Na família do Giovane, o clima também pesou, e muito! Gil Foram 20 anos sendo criado por um pai que, do dia pra noite, poderia não mais ser seu pai biológico. Ao perceber que nós não iríamos ceder tão fácil, minha mãe pediu que fizéssemos um exame DNA para tirar logo essa dúvida terrível.

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O exame foi feito dois meses após o nosso jantar de noivado, e aí as coisas ficaram ainda mais tensas. Foram dias de espera bem difíceis, sentimentos aflorados, tudo junto e misturado, mas parecia que o nosso amor só se fortalecia ainda mais! Até poucas horas antes de pegarmos o resultado, minha sogra ainda insistia em dizer que tinha certeza que o marido dela era realmente o pai biológico do Giovane.

Chegado o dia, nós fomos todos juntos ao laboratório. Chegando lá, Giovane e meus sogros receberam um envelope cada um. Na mesma hora, veio a confirmação da suspeita. O resultado deu negativo, ou seja, ele não era realmente filho biológico do meu sogro. Ficamos todos chocados! Confesso que ainda tínhamos uma ponta de esperança! Ele ficou em choque, sem acreditar no que estava vivendo.

Minha sogra começou a chorar sem parar e meu sogro disse que já desconfiava que Giovane poderia não ser filho dele, mas que o assumiu e o criou como filho com todo amor e que, para ele, nada mudaria. E eu ali no meio, consolando a todos, mas tão perplexa quanto. Nosso mundo virou de cabeça pra baixo e começou um verdadeiro pesadelo nas nossas vidas!

Minha mãe me proibiu de sair de casa para não encontrar mais com Gil, queria me fazer esquece-lo a todo custo. Na casa dele também não eram a favor da nossa relação. Fiquei revoltada e resolvi ligar para o meu pai biológico para lhe contar tudo! Ele ficou perplexo, já que, até então, não sabia que eu estava namorando o filho dele, também não sabia de nada sobre a minha vida pessoal, pois sempre foi um pai muito ausente, nunca tivemos contato. Ele mora em Curitiba, se casou novamente e teve mais dois filhos. Não sabemos, ao certo, como tudo aconteceu entre minha sogra e meu pai biológico, porque ela nunca mais tocou nesse assunto e virou um tema tabu na família. 

Meus pais se separaram quando eu tinha apenas dois anos de idade e, quando fiz cinco, minha mãe se casou novamente com meu padrasto, que se tonou meu pai, sempre tão presente em minha vida! A partir dali, só vi meu pai biológico apenas por duas vezes: aos nove e aos 14 anos. Nessa última visita, ele deixou o seu número de telefone e torci para que ainda fosse o mesmo. Ele disse que também não achava certo nós dois ficarmos juntos, mas, por outro lado, não queria se meter e também não se dispôs a vir fazer o exame de DNA

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Não aguentamos ficar separados e começamos a nos encontrar, até que minha mãe descobriu, me confrontou e lhe contei a verdade: que estávamos juntos de novo! Ela tentou argumentar, disse que isso era incesto, que estava tudo errado, mas nós não queríamos nos afastar de jeito nenhum, nos amávamos de verdade! Fui morar na casa do Giovane por um mês. Logo, decidimos ter a nossa casa essa foi a melhor decisão que tomamos. 

casei com meu irmão
Mesmo depois de descobrirem sobre o parentesco, Eduarda e Giovane não conseguiram se separar. (Acervo pessoal/Divulgação)

Fiz as pazes com minha mãe, nós conversamos, nos acertamos e ela viu que não adiantaria me obrigar a me separar. Depois que fomos morar juntos, minha mãe até que passou a nos aceitar melhor. Ela ainda nos ajudou a montar nossa casa, minha sogra comprou alguns móveis e, assim, começamos a vida de casados! Com muita luta e amor.

Em 2010, já morávamos juntos na nossa casinha, trabalhávamos e tudo ia bem, com uma vida de casal, absolutamente, normal. Só lembrávamos do fato de sermos irmãos quando alguém mencionava isso. E as pessoas nos julgaram, viu?! como! Nossa família e amigos mais próximos sabiam de tudo, nunca escondemos nada de ninguém. Algumas pessoas mais próximas entenderam que não tivemos culpa de nada. Fomos vítimas do destino, na verdade.

Em 23 de dezembro de 2010, fomos pegos de surpresa e, sem planejar, descobri que estava grávida. Pela primeira vez, sentimos que o nosso parentesco podia nos trazer problemas. Sabíamos de alguns casos de deficiência ou problemas de saúde de filhos consanguíneos, e aí rolou um turbilhão de emoções na mamãe aqui, principalmenteEra um misto de felicidade pela chegada da criança e medo dela nascer com algum problema mais sério

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Na noite de Natal de 2010, contamos aos meus pais sobre a gravidez e a reação deles foi a mesma que a nossa: felicidade e medo! Fomos, então, em busca de um médico para dar início ao prénatal. Nos indicaram um maravilhoso, que foi um anjo em nossas vidas! Lhe contamos toda a situação, e ele nos explicou que o fator genética é uma loteria e que, assim como muitos casais normais tem filhos com alguma deficiência, nós poderíamos ter um bebê perfeitamente saudável.

Fizemos todos os exames do prénatal, ultrassonografias regulares e tudo ia muito bem. Nenhum exame apontou qualquer problema. Com 19 semanas de gestação, descobrimos que seria uma menina, Sara! Para nossa surpresa, com 33 semanas, entrei em trabalho de parto e nossa menina nasceu em 05de julho de 2011. Apesar do parto prematuro, Sara era linda e perfeita, pesando 2.255kg. Agora sim, éramos uma família completa.

Como todo casal, tivemos momentos difíceis, passamos por uma breve separação quando Sara estava com apenas 30 dias de vida e eu ainda estava de resguardo. Giovane saiu de casa por uma semana e acabou saindo com outra mulher. Ele voltou para casa e, seis meses depois, essa mulher o procurou falando que estava esperando um filho dele. Depois que a bebê nasceu, fizeram o exame de DNA erealmente, confirmou a paternidade do Giovane. Minha filha e ela tem apenas nove meses de diferença. Hoje, a considero como se fosse minha filha!

Seguimos a nossa vida, conseguimos financiar uma casa, nos casamos no dia 31 de julho de 2015, no cartório da nossa cidade, onde me vesti de noiva e tudo! Era um sonho meu de menina se realizando. Nos casamos apenas no civil, porque não temos o mesmo sobrenome. Giovane tem o sobrenome do padrasto, já que foi registrado por ele. Não tivemos festa, lua-de-mel, nada dessas coisas. Mas queremos ainda fazer um dia.

Em janeiro de 2017, precisei fazer uma cirurgia simples, mas a anestesia geral e o uso de antibióticos cortaram o efeito do meu anticoncepcional. Quando fiz o teste de gravidez, confirmado: estávamos grávidos de novo! Dessa vez foi tudo diferente. Tive uma gestação bem complicada desde o início. Já nas primeiras 12 semanas tive descolamento de placenta, depois precisei ser afastada.

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Eduarda e Giovane com as filhas. (Acervo pessoal/Divulgação)

Passei toda a gestação em repouso, recebendo todos os cuidados, até que, com 35 semanas, entrei em trabalho de parto e, no dia 29 de agosto de 2017, nasceu nossa segunda filha, Valentina. Apesar de prematura tardia, ela teve mais complicações, como insuficiência respiratória, e precisou ficar 10 dias internada. Depois da alta, nós voltamos para nossa casa para curtir a família e nossa caçulinha!

Na UTI neonatal, Valentina fez o teste do pezinhoque serve para diagnosticar várias doenças. Quando ela estava com 28 dias de vida, veio o resultado do teste com uma alteração para a ‘Fibrose Cística’, que é uma doença genética, de caráter recessivo, ou seja, passada de pais para filhos. Gelei ao saber! Será que essa doença era pelo fato de Giovane e eu sermos irmãos? Depois de muito pesquisarmos sobre o diagnóstico ficamos em choque, pois é uma doença progressiva, sem cura e com muitas complicações.

Sabemos que, até o momento, ela não é, especificamente, uma doença causada pelo parentesco. Existe até uma chance maior por sermos irmãos, mas, segundo os médicos, não é a causa principal. Com 38 dias de vida, iniciamos o tratamento da Valentina em Curitiba, onde há uma equipe especializada neste tipo de doença rara.

Desde então, nossas vidas mudaram, iniciamos uma rotina de viagens frequentes e de tratamentos contínuos em casa. Valentina já teve duas internações decorrentes da doença. Hoje, com seis anos, ela está muito bem, seguindo uma rotina de tratamento bem rigorosa, mas que a mantém saudável. É uma criança muito feliz e inteligente, acima até de todas as nossas expectativas.

A Fibrose Cística é uma doença genética e crônica, que afeta, principalmente, os pulmões, sistema digestivo, intestinal e pâncreas. Não tem cura, tem um tratamento contínuo e muito caro com vários especialistas, como pneumologista, gastro, nutricionista, fisioterapeuta e muitos medicamentos. Em uma dessas viagens de tratamento, meu pai biológico, que muito raramente mantinha contato comigo, pediu se podia conhecer a neta. Nós permitimos que ele fosse até o hospital para conhece-la e esse também foi o primeiro contato dele com o Giovane, depois de toda a descoberta.

Depois disso, Gil e eu decidimos deixar tudo isso para trás. Ele foi muito bem criado pelo padrasto e também não queria vínculo com meu pai biológico. Minha sogra também nunca foi atrás. Passamos por inúmeras provações e dificuldades durante todos esses anos juntos! E, apesar de todo sofrimento, de todo o julgamento e de toda torcida contra a nossa relação, sempre ficamos juntos, firmes e superamos tudo com muito amor!

Hoje, 16 anos depois, temos uma família linda e um relacionamento de cumplicidade, amor, respeito e, acima de tudo, um compromisso com a nossa linda história de vida! Somos apaixonados um pelo outro e qualquer um que nos conhece de perto percebe isso. Giovane e eu somos muito gratos por tudo que passamos, pois nos deu ainda mais força para superar qualquer coisa que pudesse surgir!

Minha filha Sara está com 12 anos. Luma, filha do Giovane, está com 11, e a nossa caçulinha, Valentina, tem seis anos. Para os que nos julgam, que acham que estamos praticando algum tipo de pecado, penso que pecado maior é traição, inveja, cobiça e falta de compaixão com o próximo! Nós não fizemos mal a ninguém, cuidamos da nossa vida e da nossa família com muito amor e dedicação.

Vivemos a vida como achamos correto e da melhor forma possível!”

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