Black Friday: assine a partir de 1,49/semana

Jennifer Ann Thomas

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Jornalista especializada em meio ambiente e sustentabilidade, @jennyannthomas foi repórter e colunista de Veja e explica os efeitos dos nossos impactos no planeta.
Continua após publicidade

Meio ambiente: 2021 já começa com desafios para a preservação dos oceanos

Iniciativa da ONU visa estimular o desenvolvimento da ciência para a gestão marinha sustentável

Por Jennifer Ann Thomas
Atualizado em 11 jan 2021, 15h15 - Publicado em 9 jan 2021, 12h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A uma hora de Salvador, capital da Bahia, distância medida pela duração de uma vagarosa travessia de ferry boat pela Baía de Todos os Santos, moradores da Ilha de Itaparica convivem com os efeitos negativos das ações humanas no quintal de casa.

    Décadas atrás, quem investiu em uma propriedade com fácil acesso para a praia imaginou que a posse seria um belíssimo investimento para o futuro. Em janeiro de 2021, mês que marca o início da Década Internacional da Oceanografia para o Desenvolvimento Sustentável, iniciativa das Nações Unidas, a conta chegou com prejuízos para quem vive a poucos passos do oceano: crateras em meio ao concreto formadas pelo impacto das ondas, uma faixa de areia cada vez mais estreita e casas de frente para o mar que vêm sendo destruídas.

    Alguns trechos da costa sumiram por completo. Há cinco anos, havia praia suficiente para um campo de futebol; atualmente, uma estreita camada de areia ressurge somente nos períodos de maré baixa. 

    Quando se fala em aquecimento global e mudanças climáticas, uma das principais e mais dramáticas consequências é o aumento do nível do mar. Cidades inteiras e nações insulares podem desaparecer do mapa. Ao mesmo tempo, talvez esta seja uma das transformações mais difíceis de se compreender sem que a água comece a subir até o pescoço, literalmente.

    Continua após a publicidade
    Imagem aérea da região de Itaparica. Casas construídas na faixa de areia agora estão sendo invadidas pelo mar
    (Jonne Roriz/CLAUDIA)

    A sensação de efeito intangível é uma falsa ideia de que este problema está muito distante — diversas regiões litorâneas já sofrem com processos de erosão e desgastes causados pela força do mar, a exemplo da Ilha de Itaparica.

    No caso da ilha baiana, a situação foi acelerada por obras de engenharia: um espigão de um resort mudou a dinâmica de sedimentos na praia e moradores construíram muros que potencializaram a erosão costeira.

    Continua após a publicidade

    Na última década, o nível do mar aumentou 3,6 milímetros a cada ano. Até 2100, 200 milhões de pessoas serão ameaçadas e outras 160 milhões vão sofrer com a frequência maior de inundações por causa do mar.

    Em dezembro de 2020, pesquisadores do Imperial College London publicaram um estudo no qual demonstraram que o aumento do nível do mar poderá ser maior do que o previsto pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, o IPCC, para 2100.

    Segundo as estimativas do órgão das Nações Unidas, no cenário mais dramático, de aumento superior a 4ºC na temperatura global, a alteração do nível dos oceanos poderá atingir entre 0.61 centímetros e 1,10 metro, em comparação com os níveis de 1950.

    Continua após a publicidade

    Contudo, pesquisadores do Imperial College afirmam que faltam informações sobre os processos de derretimento dos mantos de gelo para compreender o impacto que essa massa terá nos oceanos.

    De acordo com o oceanógrafo e coautor do estudo, John Englander, “o aumento do nível do mar será uma das questões mais desafiadoras para a sociedade nas próximas décadas. Temos que reconhecer que não podemos esperar até termos clareza sobre o real cenário para começarmos a nos planejar”.

    Imagem aérea do mar da enseada do Arauá na região de Barra Grande, Ilha de Itaparica - Bahia.
    (Jonne Roriz/CLAUDIA)

    Diante da urgência ambiental, entre outros aspectos que ameaçam a preservação da vida marinha — como poluição, sobrepesca, pesca ilegal, etc. —, as Nações Unidas decidiram dedicar a próxima década à ciência oceânica. O período será de estímulo à formulação de estratégias nos países em busca de uma gestão sustentável dos oceanos para atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030. 

    Ao mesmo tempo, a proteção dos oceanos não é uma missão restrita à comunidade científica. Atitudes individuais são essenciais para reduzir a pressão por recursos naturais do planeta e frear o aquecimento global, que interfere diretamente nos ecossistemas marinhos.

    As decisões vão desde recusar plásticos de uso único, como canudos e copos descartáveis, até escolher alimentos de produção sustentável e priorizar fontes de energia limpas. A saúde dos oceanos e do planeta depende de cada um de nós.

    Continua após a publicidade

    O que é mieloma múltiplo e como tratá-lo

    Publicidade
    Publicidade

    Essa é uma matéria fechada para assinantes.
    Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    Impressa + Digital no App
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital no App

    Moda, beleza, autoconhecimento, mais de 11 mil receitas testadas e aprovadas, previsões diárias, semanais e mensais de astrologia!

    Receba mensalmente Claudia impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições
    digitais e acervos nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.

    a partir de 10,99/mês

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.