Primeiro satélite brasileiro contribuirá com monitoramento ambiental
De produção 100% nacional, lançamento do Amazônia-1 garantirá uma nova fonte de dados para fiscalizar biomas
A partir dos próximos dias, o combate ao desmatamento na Amazônia terá imagens geradas por um satélite 100% brasileiro, o Amazônia-1. Lançado no último domingo, 28, de uma base espacial na Índia, foram 13 anos de trabalho e 380 milhões de reais investidos para que o satélite percorresse 17 minutos de viagem até entrar em órbita.
Desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o satélite representa um ganho para a ciência e a tecnologia brasileiras. Como parte do programa Missão Amazônia, o recém-lançado satélite é o primeiro completamente projetado, integrado, testado e operado pelo Brasil. Os satélites CBERS-4 e CBERS-4A, que já estavam em operação, foram desenvolvidos em uma parceria entre o Brasil e a China.
Ao mesmo tempo em que o Amazônia-1 sinaliza uma conquista para a ciência brasileira, é preciso ir além para conter o desmatamento desenfreado. A informação sobre a devastação da floresta já está disponível por meio de outros sistemas – entre agosto de 2019 e julho de 2020, o desmatamento foi 9,5% maior em relação ao período anterior.
O monitoramento pode melhorar conforme novas opções de tecnologia se tornam disponíveis, e a autonomia do país para a geração de dados é importante, mas apenas ter a informação sobre a destruição não é suficiente. É necessário investir em comando e controle e punir os responsáveis por crimes ambientais.
As imagens produzidas pelo Amazônia-1 não serão mais nítidas do que as dos satélites que já estão em operação. A principal diferença está na redução do intervalo de tempo em que elas serão geradas, o que permitirá emitir alertas mais rápidos sobre o desmatamento.
De acordo com o INPE, os dados serão úteis para acompanhar outras questões além do desmatamento na Amazônia, como “o monitoramento da região costeira, reservatórios de água, florestas naturais e cultivadas, desastres ambientais, entre outros”. Ainda segundo o órgão federal, os dados estarão disponíveis tanto para comunidade científica e órgãos governamentais, quanto para qualquer pessoa interessada em uma melhor compreensão do ambiente terrestre.