Tomei um bode de mim. Falei para a nova analista quando recomecei: ”Não quero ser mais eu”, chata pra caraaaaiiiiooooo, diria em bom carioquês.
O fato é que preciso me reinventar para me suportar. Acho que são os 60 batendo na porta e trazendo aquela certeza do finito. Então tem que ser bom.
Vai entrar em roubada para que? De novo? E nessa de me procurar por aí, tenho olhado para os lados. Elenco vidas que eu queria para mim. Aquela lá tão certinha. A outra, vida de anúncio de margarina demais para ser verdade. E mais aquela? Pirou de vez?
Não há existência sem cicatrizes pós quarenta, e mesmo que eu queira uma nova vida ela virá com feridas abertas.
O jeito? Autocompaixão. Palavra desgastada, mas necessária em tempos de viradas de vida. Eu penso em emagrecer muito, mudar de apartamento, resolver minha situação amorosa de vez ( envolve dívidas e mágoas) e partir para o abraço profissional. Tenho acumulado bicos. Preciso de uma carreira forte e sólida. Aos 60? Sim.
Outro dia vi uma escritora nonagenária renovando o próprio contrato com a editora por mais 15 anos. Como assim centenária? Se bobear tem LinkedIn, faz curso de atualização e arrasa com ferramentas de IA. E eu aqui ainda caçando que ser alguém novo é simples.
É preciso virar o pescoço tipo pomba-gira, aquele Lúcifer que entra na sua vida para o seu bem. Estou disposta. E nesse Dia dos Namorados fica claro que é preciso muito amor por mim mesma para existir. Senão melhor me abandonar ao acaso e não reclamar.
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