O varejo sofre com a pandemia. Mas li hoje em algum canto que a data de maio foi cancelada e que o Dia das Mães agora será em julho. Não entendo. Pra que fazer a roda girar quando temos oportunidade de mudar tudo de fato? Sei que as empresas precisam faturar, empregos devem ser garantidos, vida voltando ao normal. Mas qual normal? Será que o que vivíamos era bacana?
Uma compração desenfreada, amores líquidos, substituição do toque pelo pacote. E agora? Dei uma viajada e pensei em uma nova sociedade. Lúdica, rebelde, improvável. Voltar aquela vidinha de bairro, cadeiras no meio fio, conversa fora. Chamar amigos e vizinhos prum grande almoço. Terça-feira e não mais domingo. Trabalhar? Só meio período, sim, online. Gostei disso e acho a entrega ainda mais focada nos Zooms e lives. Comida? Menos iFood e mais mão na massa. Vale um escondidinho de carne seca com aipim (fácil demais); vale tapioca dia sim e outro também. Saldas mis. Frutas cortadinhas. Arroz com feijão. Pra que mirabolância?
O novo normal é simples. É roots. Luxo vai ser revolucionado. Já que teremos mais tempo não vale falar que urge isso. Luxo vai ser sentir, arrepiar, ficar sem ar (não pelo Covid, mas sim pela emoção). Precisamos mudar tudo. Morar diferente. Comer diferente. Comprar diferente. Aí sim teremos uma sociedade transformada.