Partidas são sempre dolorosas, mas quando um gênio se vai, daqueles cariocas que traduzem o jeitão malemolente e debochadamente malandro, como foi o adeus do Aldir, sentimos fundo.
E faço um paralelo das suas letras-mensagens com o horror que vivemos hoje neste Planalto. Temos uma espécie de bêbado no trono enquanto nos equilibramos ao desviarmos de vírus e da fome, liderados por um rude lunático sem traquejo, verniz nem cérebro.
E penso na ditadura. E penso na força bruta dos torturadores e indago: vão voltar? Não aprendemos nada? Aliás, pra que servem as guerras? Só pra matar? Não há confiança em um novo ser humano? Quantas Marias e Clarices vão carpidar ainda?
Eu tô besta com o rumo do Brasil e, ao seguir o baile, invoco nosso Deus plural para afastar qualquer praga maior contra a população. Chora a nossa pátria mãe gentil. Não basta? Dançamos na corda bamba mas o show precisa continuar apesar da dor pungente. Vai em paz Blanc! Sua partida nunca será inútil, afinal, resta a esperança de versos lindos a ecoar em nossos corações. Obrigada.