Pole dance grisalho
Se sentir gostosa está para além de uma experiência do corpo. É se sentir viva!
Pois é. A aula de pole dance, certamente, é um desafio maior do que começar uma maratona. Mas o fato é que as maduras estão se aventurando por searas novas.
Uma amiga modernosa me chamou para fazer uma aula. Sapato alto, malha cavada, luz vermelha, e aquele pau na minha frente. A professora primeiro pediu para eu segurar o mastro. Sentir o ferro. Fiquei alisando aquilo ali matutando como se fosse a falecida Vó Palmirinha em contato com um pepino.
Estranho o gelado do aço, o clima de boudoir sem nenhum parceiro para sensualizar. Aliás sempre fui péssima de strip-tease ou qualquer coisa de bordel. Sou bruta, como diz meu namorado e tenho alma masculina.
Já quero ir logo para o rala e rola e apesar de ter certeza da força das preliminares, quero gozar e ponto. E eu ali, naquela cena, aprendiz aos quase sessenta, olhando praquele pau…. Jesus, que aflição. E coloca prova de Olímpiadas nisso.
É superdifícil a aula. A força nos braços e pernas, o equilíbrio impossível, o meu corpo mais gordo e flácido aquela cena digna de filme pornô, #soquenão. Já vai dizer que está achando preconceituoso da minha parte. Acertou. Eu fiquei super constrangida, mas fingi normalidade.
Tentei o treino um, básico dos básicos, para que? Não consegui nada e parecia uma pata atolada no brejal. Mas por isso mesmo eu voltarei.
Para me desafiar. Para me namorar, gostar mais de mim, me permitir sensualizar apenas para mim. Jogar cabelo, passar unhas pelas coxas, ajoelhar, abrir e fechar as pernas, empinar a bunda e rebolar.
Não pirei, vou avisando. É que são nessas horas que vemos como fomos castradas. Pela sociedade, cultura, etiqueta, modos e costumes. Uma bobagem. Eu teria adorado estar nos meus 25 anos e me sentir uma delícia, abandonando a boazinha e me tornando a boazuda.
Já que não rolou na juventude, me aguarde agora, com cabelos e pentelhos brancos.
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