Deus vai me carregar para a Lapônia e morrerei gelada, soterrada pela renas raivosas naquele deserto de neve, mas alguém precisa dizer que os presentes de aniversário das balzacas estão bem hot. Eu frequento um grupo de sexo , só com cariocas ageless e, pasmem, elas querem gifts sui generis.
Experiência de poliamor? BDSM obsession ? Sexo tântrico? E que tal plug anal? Eu nem imaginava que era uma decoração de fiofó, algo que se enfia no furito com várias terminações bizarras. Tem coração que pisca, diamante de cristal, olho grego e até um que simula um biscoito fake. Achei um terror. E o que deve doer aquilo lá dentro?
As poderosas e preparadas dizem que o dito cujo faz um amolecimento da contração da região e que facilita a entrada do amiguinho na traseira. Eu quase vomitei. Ri muito antes. Mas quando a amiga fez a apresentação na nossa frente, me senti no IML ou na fila da dissecação de frangos no aviário.
E acha que parou por aí? Já ouviu falar de colar de pérolas para massagear o falo? E o chiclete que faz a boca tremer para dar uma animada no lulu do amigo? Tem gel que gela. Tem gel que esquenta. Tem outro com gosto de doce de leite, vinho ou menta.
A demonstradora também apresentou vários tipos de vibradores. Cada coisa que nem sei nominar. Fingi normalidade para não parecer jurássica. Me senti num filme do Paulo Gustavo. Não sabia se fazia cara de Dona Hermínia ou ria nervosa como a personagem da Mônica Martelli.
O pentelho branco também apareceu na roda. E não sabia que Grecin 2000, aquele tonalizante cafona para cabelo de homens, é o preferido para taturanas pretas. Eu só sei que saí de lá querendo apenas uma noite de amor 69, bem basiquinha, estilo goiabada com queijo.
Se o universo me conferir pelo menos umas boas trepadas vintages, já estou feliz. Paremos de inventar. O melhor presente de fim de ano é ser feliz.