Minha amiga gaúcha, a escritora Martha Medeiros, costuma perguntar aos seus novos amores – em vez de querer saber o time do coração, a comida preferida, o bicho de estimação – qual a loucura do sujeito.
Encafifei com essa questão.
Qual a minha maior loucura. A que quero fazer? A que já fiz? A que nunca farei? Tenho tantas.
Das pequenas – alugar uma casa de campo na pandemia. Pássaros, bruma, friozinho, lareira…. a loucura aqui está em não ter a verba pra bancar o sonho. Cadê o aqué? No mundo Covid, a grana sumiu.
Depois uma nova tattoo. É caro, dói, é pra sempre mas quero eternizar a palavra vida no tornozelo. Cismei.
Pular de asa-delta (vai vendo) é recorrente. Moro no Rio e olho pro céu de São Conrado com aqueles morros rasgados por homens-pássaros.
Plástica no pescoço: necessito.
Marrocos em 2021.
Tomar o Daime.
Ser constelada pra averiguar as nóias do passado.
Agora que virei Livezeira, pensei num papo com a Gretchen mas a mulher nunca me respondeu.
O cabelo branco eu já estou deixando.
Outro dia quis organizar minha morte (testamento, cerimônia, auxílio funeral).
As maluquices que eu já fiz? Vale ménage ? Não gostei.
Participado de um casamento que eu não fui convidada?
Tá achando tudo bobinho?
Se eu contar o que quero mesmo vou ser banida daqui, da minha família, da minha comunidade. Mas tive um ideia: posso me candidatar a Ministra da Educação e já aviso: sou professora da FGV e posso comprovar.
E você? Qual sua maior loucura?