O som dos batuques ecoa, um “tum-tum-tá” pulsa pelo ar e impulsiona a energia contagiosa da grande festa brasileira. O ritmo dos tambores cria uma sinfonia única, convidando todos a dançar ao compasso dessa melodia vibrante, com o coração palpitando.
O batuque, pulsante como uma escola de samba, ecoa pelas ruas das cidades, criando uma melodia irresistível que convida todos a se entregarem à magia contagiante dessa festa — trilha sonora perfeita para passos animados, um pouco de sonolência e esperança de crushes.
Neste universo de brilho e ritmo, o Carnaval se revela como uma explosão de energia. Até mesmo as palavras se vestem com fantasias exuberantes — seja das passistas, seja do pessoal engajado do bloco de rua.
Sorrisos, cerveja gelada (ok, geralmente quente, são raras as geladas), “ooooooolha o pesado”, uma meia que se agarra a uma pochete de um desconhecido com sorriso largo e bigodinho — e lá vem a primeira paixão. A segunda surge em seguida: “Olha aquele ali tocando tambor”, “Martchela, aquilo é um surdo”, “Ok, ok”. Dia seguinte: abrir as redes e procurar por fotos do moço do “surdo”.
Carioca, músico e carnavalesco — achei! Zona de perigo. E por que eu digo isso? Bem, cof cof, são anos de experiência no Carnaval do Rio, entre mudanças e idas à cidade.
O Ministério do Namoro afirma: esse rapaz tem 99% de chance de ser cilada. “E por quê?”, você irá me perguntar. Bem, porque Carnaval, bloco, músico, centro das atenções, beijo bom — você certamente não será a única.
Por isso, como autointitulada Ministra do Namoro, Contatinhos e Afins, eu decreto: não se apaixonem por cariocas no Carnaval, pois é cilada. Caso contrário, podem me cobrar por aqui. Tenho estatísticas apuradíssimas que confirmam: “Você deveria ter ouvido a Ministra”.
Esses indivíduos são carismáticos, beijam bem, se apaixonam e te avisam – na quinta-feira pós-Carnaval! – que namoram (namoro aberto, vá lá). Acontece e muito, inclusive já aconteceu comigo (lágrimas).
Para além de toda essa brincadeira com estereótipos, baseados em fatos reais: pulem, divirtam-se. Folião que é folião leva a sério o Carnaval e não transa porque não pode perder o horário do bloco. Se for transar, use camisinha.
Não perca a hora dos blocos mais legais, pois eles começam cedo: às 10 da manhã todo mundo já estará em outra dimensão e você jamais alcançará o grau da galera. Use filtro solar, porque ninguém merece ficar 15 dias com marcas de acessórios pelo corpo. E o mais importante: se hidrate! Já passei muito mal em vidas passadas e o aquecimento global tá aí.
Guardem os celulares em lugares seguros. Mulheres, sempre façam xixi com amigas — ainda vivemos em um país machista e a violência não para nos dias de alegria.
Quem for do Carnaval, divirta-se e se jogue. Quem não for, não reclame e assista Netflix embaixo do ar-condicionado. Quem for da igreja, vá para um retiro rezar por nossas almas.
PS: Chega de fantasia de unicórnios e homens vestidos de bailarinas; vocês podem mais do que isso. Etnia não é fantasia! Preconceito não entra na nossa festa.
Um bom feriado a todos e todas! Vejo vocês purpurinadas na avenida.
Um beijo, Ministra Martchela.