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Stéphanie Habrich

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Stéphanie Habrich é CEO da editora Magia de Ler, apaixonada pelo mundo da educação e do jornalismo infantojuvenil. Fundadora do Joca, o maior jornal para adolescentes e crianças do Brasil e do TINO Econômico, o único periódico sobre economia e finanças voltado ao público jovem, ela aborda na coluna temas conectados ao empreendedorismo, reflexões sobre inteligência emocional, e assuntos que interligam o contato com as notícias desde a infância e a educação, sempre pensando em como podemos ajudar nossos filhos a serem cidadãos com pensamento crítico.
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Quer formar cidadãos conscientes e participativos? Dê informação

Saber o que está acontecendo no mundo de forma pragmática ajuda a criança e o jovem a refletir e formar sua própria opinião

Por Stéphanie Habrich Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
26 out 2023, 10h07
Ajudar crianças e jovens com a compreensão das informações é essencial.  (FG Trade/Getty Images)
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Sempre entendi o acesso à informação com um direito de todos – inclusive das crianças e adolescentes. Foi isso que me levou a fundar a editora Magia de Ler, que publica os jornais Joca e TINO. O desejo de criar esses produtos veio da constatação de que não havia no país um meio de comunicação que trouxesse os fatos contextualizados e traduzidos de uma forma que fácil de entender e sem sensacionalismo.

Desde que o Joca, o primeiro título lançado, começou a circular, tenho recebido retornos positivos do quanto nossa publicação ajuda na formação dessa nova geração. São cartas de agradecimento de pais, responsáveis, professores e alunos que contam suas experiências com o jornal.

Em momentos de crise, com fatos muito tristes acontecendo, o papel da informação é ainda mais crucial. Quando sabemos o que está acontecendo, nos sentimos mais seguros e menos reféns de discursos radicais e opiniões que chegam até nós por redes sociais. Isso vale para os adultos e também para crianças e adolescentes.

Agora, por exemplo, com a guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, onde vivem os palestinos, é importante que as notícias cheguem até os mais novos de forma pragmática e desapaixonada para que possam desenvolver um olhar realista sobre tudo o que está acontecendo. Caso contrário, eles podem se desesperar ao entrar em contato com teorias da conspiração e fake news que costumam gerar pânico justamente porque apelam para a emoção. 

Tivemos a confirmação dessa tese no ano passado, quando estourou a guerra na Ucrânia. O Joca fez várias reportagens que explicaram tudo o que estava acontecendo no leste europeu. Recebemos depoimentos de pais que contaram que seus filhos estavam muito perdidos nos fatos e que, após a leitura do jornal, conseguiram compreender melhor a guerra e esclarecer dúvidas e temores.

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É claro que o papel do jornal não é dar opinião ou defender um lado ou outro. Nossa missão é narrar os fatos da forma mais imparcial possível e oferecer repertório. As notícias são apenas pontos de partida para discussões mais profundas. Cabe aos pais ou responsáveis tirarem um tempo para falar com os filhos sobre o que está acontecendo no mundo.  

Já falei em outra coluna sobre as orientações da Unicef para essa tarefa. Mas em resumo, o passo a passo é:

  1. Pergunte à criança o que ela sabe sobre os conflitos e como se sente. 
  2. Mantenha-a calma e fale de uma maneira apropriada para a sua idade. 
  3. Espalhe compaixão. Não reforce estigmas. 
  4. Foque naqueles que estão tentando ajudar. 
  5. Realize conversas intimistas e que mostrem cuidado. 
  6. Sempre se certifique de como a criança está se sentindo. 
  7. Limite a quantidade de informações a que a criança tem acesso. 
  8. Cuide de você mesmo. 
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Nesse tempo em que nossos filhos estão altamente expostos a receber notícias e opiniões nas redes sociais, cabe a nós, pais e responsáveis, fazermos o filtro e prepará-los para discernir os fatos e as opiniões. 

Munidos de informação, repertório, senso crítico e conhecimento, crianças e jovens expandem a habilidade de se comunicar com pessoas diversas em situações dos mais variados tipos e se tornam cidadãos mais conscientes e participativos. Isso é tudo que o mundo precisa.

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