Época de férias sempre foi um período para o qual eu me preparava com antecedência. Com três filhos pequenos, o ritual era necessário. Eu precisava organizar as agendas. Se fôssemos viajar, corria atrás de destinos, passagens, roteiros e arrumação de malas.
Assegurar que o destino fosse amigável para crianças, que o hotel tivesse uma boa estrutura de recreação e que houvesse sempre um plano B (e, às vezes, C ou D) para os dias de chuva, eram preocupações. Passava horas pesquisando na internet, lendo avaliações e conversando com outras mães para encontrar o lugar perfeito.
Uma das viagens mais incríveis foi a que fizemos para a África, em 2017. Os três levaram câmeras fotográficas e registraram tudo que achavam interessante.
Quando voltamos, reunimos as fotos no livro A Vida no Serengeti (foto abaixo), que enviamos gratuitamente para escolas públicas de São Paulo.
Nas férias em que não podíamos viajar porque eu tinha que me dedicar ao trabalho, a preocupação era garantir que teria com quem deixá-los e que eles teriam como se divertir.
Minha casa costumava ser um ponto de encontro para os amigos de escola. Eu combinava com outras mães e elas traziam seus filhos para passar o dia com os meus. Era uma festa.
Esse período também era a oportunidade de fazer o check-up de saúde, marcando consultas com médicos e dentistas, ou seja, mais uma função que exigia uma preparação prévia.
De uns anos para cá essa realidade mudou. Os filhos cresceram. Um está fazendo estágio e tem menos disponibilidade de agenda. Os outros dois, adolescentes, se antecipam nessa tarefa de programar as férias e meses antes da parada das aulas já têm convites de viagens com amigos e outros compromissos agendados.
Confesso que em alguns momentos sinto saudade do ritual e da alegria de apresentar novidades a eles, mas a satisfação de vê-los conquistando mais autonomia e independência é muito maior.
Dias atrás ouvi o caçula numa ligação, marcando uma consulta ao médico. Senti orgulho de sua iniciativa e sua responsabilidade com a saúde.
Cada fase tem sua beleza e, à medida que nossos filhos crescem, temos a chance de conhecê-los como indivíduos independentes. É uma grande alegria ver as sementes que plantamos lá atrás dando frutos.
E eu, como aprendi escrevendo essas coluna, sigo abraçando a mudança. Aproveitando o melhor que essa nova fase por me reservar.
Boas férias para nós!