A carta da Justiça no tarô pode representar o equilíbrio de uma situação, mas também pode indicar um período em que você sente a ponta afiada da espada. De fato, a justiça divina pode ser impiedosa na sua aplicação. Quando algo precisa ser eliminado de sua vida, mas você está procrastinando em vez de seguir em frente, o universo pode se precipitar e eliminar dolorosamente essas coisas de sua vida e, como resultado, forçá-la a aprender e crescer. Use sua intuição para saber em que lado da espada da justiça você pode se encontrar.
A carta da Justiça é a décima primeira carta dos Arcanos Maiores e é representada frequentemente por uma figura feminina segurando uma espada na mão direita e uma balança na mão esquerda. O simbolismo por trás destes atributos é claro: a espada representa a lei, enquanto a balança representa uma pesagem de opções ou decisões. A carta da Justiça reflete a importância de fazer escolhas morais e éticas em nossas vidas que se alinhem com nossos valores pessoais.
A Justiça simboliza a busca pela verdade, pela ordem e pode ser uma representação literal da justiça ou da lei. É uma carta muito boa para você ter se agiu com bondade e justiça para com os outros e, especialmente, se foi vítima. É um indicador significativo de justiça e de uma resolução positiva de alguma situação conflituosa. “A justiça é cega, mas não falha”.
No universo simbólico do Tarô, a carta da Justiça representa equilíbrio e discernimento. Ela nos convida a examinar nossas ações, a tomar decisões com imparcialidade e a aceitar as consequências de nossas escolhas. Isso nos lembra de agir com integridade, ética e honestidade, pois ações terão um impacto direto em nossa vida cármica.
A propósito, os antigos egípcios acreditavam que, após a morte, as almas das pessoas seriam julgadas pelas suas ações em vida pelo deus Osíris em seu tribunal. No julgamento, o coração do morto seria colocado num prato de uma balança e, no outro prato, seria colocada a pena da verdade de Maat. Se a pessoa, durante a vida, realizou boas ações, seu coração será mais leve do que a pena, e ela poderá continuar a sua existência no pós-vida.
Caso o coração fosse mais pesado do que a pena, o morto seria lançado para Ammut, deusa crocodilo, que o devoraria, acabando com sua existência para todo sempre. E tem mais! Durante o julgamento, o morto também devia recitar um texto conhecido como “Confissão Negativa”, no qual jurava não ter cometido nenhuma falta de uma lista de 42 pecados. Meu Deus!
Se formos considerar a lista egípcia ou até a bíblica de pecados, nos encontramos enterradas sob a culpa de nossos fracassos morais. Contudo, não é isto que a carta da Justiça representa. Apesar do Julgamento Final ser um conceito comum em muitas religiões, nenhuma de nós vai para o inferno, lugar de castigo eterno, nem ser devorada por uma terrível criatura mitológica.
Siga a “regra de ouro” e ficará bem: “Como quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.” (Lucas 6:31). Aproveite e faça as devidas reparações, se possível.
Quando a carta da Justiça surge como carta regente da semana, ela sugere a necessidade de avaliar nossas ações, de buscar o equilíbrio em todas as áreas de nossa vida e de enfrentar as situações com objetividade e clareza.
É um momento propício para resolver conflitos, para honrar compromissos e para agir de acordo com nossos princípios e valores mais elevados. A energia da carta da Justiça nos desafia a examinar nossos padrões de conduta, a reconhecer nossas responsabilidades e a assumir o controle de nossa vida.
Ela nos convoca a avaliar como estamos levando a nossa vida nos encorajando a agir de maneira justa e equilibrada, a considerar todos os lados de uma situação e a tomar decisões. Este arcano nos lembra que a verdadeira justiça é fruto do equilíbrio, da imparcialidade e da compaixão.
“A serenidade espiritual é o fruto máximo da justiça.” (Epicuro)
Uma ótima semana e muita luz,
Cris Paixão.