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Rachel Jordan

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Referência no mercado de consultoria de imagem, Rachel Jordan é especialista em comportamento profissional e atua como consultora, mentora e palestrante para empresas e pessoas que desejam desenvolver suas habilidades emocionais e alavancar a carreira. Co-autora do Livro À Sua Moda – 4Talks, Rachel também ministra cursos e workshops na área
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Como você se comporta no WhatsApp?

Empatia, educação, respeito e gentileza também devem fazer parte da rede de mensagens instantâneas

Por Rachel Jordan Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
25 Maio 2022, 08h35
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  • Treze anos depois de seu lançamento, em 2009, o WhatsApp se transformou no principal canal de comunicação digital entre as brasileiras (os). De acordo com as últimas pesquisas, somos o segundo país no mundo com o maior número de usuárias (os) da rede de mensagens instantâneas, perdemos apenas para a Índia.

    Uma prova de que a rede foi eleita por nós como a preferida entre os canais digitais, é o número de contas no país, quase 120 milhões. A verdade é que, para muitas (os) de nós, parece praticamente impossível viver sem o WhatsApp no mundo atual.

    Afinal, é por meio desse eficiente canal de comunicação que resolvemos grande parte da nossa vida pessoal, familiar e até profissional, não é mesmo? As tradicionais ligações de voz parecem estar cada vez mais em desuso, já que a rede de mensagens instantâneas agiliza nossa vida, poupa nosso tempo e é capaz de nos conectar a muitas pessoas simultaneamente.

    Até aqui só ressaltamos os pontos positivos do WhatsApp para tornar a vida das pessoas mais prática, dinâmica e até mesmo mais divertida. Aliás, muitos pontos negativos desse meio de comunicação digital não partem da rede, e sim de nós, usuárias (os). Muita gente anda esquecendo primícias básicas relacionadas à educação e de regrinhas fundamentais de etiqueta, ou, se preferirem, de boa convivência social nesse canal digital.

    Devemos admitir que muitas vezes não nos comportamos de forma positiva na rede, esquecendo que as relações sociais ou profissionais nesse espaço virtual devem seguir os mesmos modelos de educação, gentileza, empatia e profissionalismo da chamada vida real.

    É fato que vivemos em um mundo cada vez mais veloz, no qual cada segundo é precioso em função da enorme demanda pessoal e profissional que precisamos cumprir no nosso cotidiano.

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    Mas, sejamos honestas (os), isso não justifica a maneira muitas vezes sem noção que muitas pessoas atuam na rede, seja ignorando a privacidade alheia ou até mesmo perdendo os limites do respeito, afeto e empatia com quem trocamos mensagens.

    Concordo que muitas vezes algumas pessoas nos tiram do sério com mensagens invasivas e inadequadas, mas as atitudes do outro não podem servir de justificativa para que tenhamos o mesmo padrão de comportamento, não é mesmo? É fundamental nos lembrarmos sempre desse ponto.

    Algumas regrinhas básicas são essenciais para nos orientar como lidar com amigos, colegas de trabalho, clientes e familiares de forma delicada e gentil, mesmo quando for necessário impor alguns limites para a boa convivência digital no nosso espaço.

    Como nem sempre podemos contar com o bom senso de nossos interlocutores virtuais, esses limites se tornam fundamentais para evitar que alguns abusos afetem a nossa saúde mental nos causando estresse e ansiedade.

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    Um bom exemplo disso é a cobrança que sofremos quando, por algum motivo, não respondemos imediatamente algumas mensagens. Muitas vezes estamos ocupadas (os) com outras funções, ou, simplesmente, precisamos de um tempo para pensar antes de responder. É claro que ninguém é obrigada (o) a responder imediatamente.

    No entanto, deixar uma pessoa sem resposta, principalmente em assuntos relacionados ao trabalho, quando normalmente as pessoas precisam do nosso retorno para avançar em outras questões, é muito desrespeitoso. Outras situações também precisam ser avaliadas com cautela antes de deixar alguém esperando por mais de 24 horas.

    E como resolver essa situação? Com equilíbrio. Mensagens profissionais costumam ser mais urgentes, principalmente depois da pandemia, com muita gente ainda trabalhando em esquema híbrido. Mas é preciso respeitar os limites dos horários comerciais. Enviar uma mensagem muito tarde ou às 6h da manhã é falta de respeito com o outro.

    É claro que toda regra tem suas exceções; existem profissões e trabalhos que não cumprem o horário comercial padrão. Mas, mesmo nesses casos, é preciso ter bom senso e avaliar quando realmente é necessário enviar uma mensagem em determinados horários e cobrar respostas imediatas.

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    Em situações como essas, é o momento de impor limites e mostrar ao outro que, além do trabalho, você tem a sua vida pessoal. Talvez esses inconvenientes expliquem por que é cada vez maior o número de pessoas que está adotando a não confirmação de leitura das mensagens para que o outro não controle o momento em que elas foram lidas.

    Este artifício, aliás, divide opiniões. Enquanto muitas pessoas consideram falta de educação deixar o outro sem saber se você leu ou não a mensagem, outras defendem que essa é uma ferramenta de proteção contra o controle por respostas imediatas.

    O fato é que estamos “viciados” ao imediatismo que a era da internet nos apresentou e parecemos não entender que nem tudo caminha dessa forma, com essa velocidade, especialmente quando falamos de pessoas. Mas é importante é ser empático, pensar antes de deixar uma pessoa sem resposta por vários dias.

    Mais uma vez voltamos aos casos excepcionais, em que em algumas situações é melhor evitar um desgaste maior e não responder para evitar atritos. Não responder por algum motivo deve ser uma exceção e não uma regra, seja para amigos, familiares ou colegas de trabalho.

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    Outro ponto que gera controvérsia é o comportamento nos grupos. Vamos combinar que todo grupo tem aquele integrante que nos acorda diariamente com aquelas mensagens motivacionais de bom dia. A questão é que, na maioria das vezes, essas mensagens são repassadas de forma quase automática em diversos grupos com excesso de figurinhas, emojis ou gifs. E, mesmo assim, muitas pessoas ficam aborrecidas se não respondemos. É preciso lembrar que, além de abarrotar nossos celulares, essas mensagens algumas vezes podem se tornar cansativas para muitas pessoas que, não querendo ser indelicadas, se sentem na obrigação de responder.

    Um bom sinal para saber se estamos ou não agradando com essas mensagens, é perceber se existe um retorno positivo. Não devemos insistir se a pessoa não responder, ou muito menos cobrar respostas diariamente. Muitas vezes já acordamos com inúmeras demandas profissionais que chegam via WhatsApp e não temos tempo, e nem disposição, para ficar respondendo mensagens com essa característica. Abaixo dou algumas dicas de etiqueta digital que podem colaborar para tornar o seu cotidiano mais prático e positivo em suas relações na rede.

    Áudios, sim ou não? – Depende para quem você está mandando e em que situação. Apesar de ser considerado prático para muitas pessoas, outras não gostam de receber áudios, especialmente se estiverem no trabalho. Claro que existem momentos em que essa ferramenta nos ajuda; mas, antes de enviar, pense no outro e não apenas em você. Se for inevitável enviá-las, seja objetivo, evite divagações e áudios longos, quase um podcast, ou vários picados. Lembre-se que o seu interlocutor pode estar ocupado ou numa situação em que não possa ouvi-lo. O bom senso é o melhor termômetro, mesmo quando o áudio for para uma amiga (o) ou familiar.

    Respeite os horários – Desde que o Home Office se tornou uma realidade definitiva para muitos profissionais, o que mais ouvimos são reclamações em relação aos horários em que as mensagens de trabalho são enviadas. Se você é gestora (o), não se esqueça de que sua colaboradora (o) tem vida pessoal, e que isso precisa ser respeitado. Antes de enviar uma mensagem muito tarde ou cedo demais, avalie se existe realmente essa urgência ou se pode ser enviada no dia seguinte, ou um pouco mais tarde. Você pode estar agilizando a sua vida, mas gerando ansiedade e desconforto na outra pessoa. Empatia nesse momento é fundamental.

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    Compartilhamentos – Em tempos de fake news pense duas vezes antes de sair compartilhando mensagens, especialmente em grupo. Esse comportamento irrita muitos integrantes e pode gerar conflito. Se o grupo foi criado com um objetivo específico, é de bom tom que as mensagens sejam relacionadas somente ao tema proposto. Compartilhar mensagens políticas, vídeos engraçadinhos ou mensagens motivacionais pode desagradar e criar situações constrangedoras.

    Discrição – Quando participamos de um grupo, precisamos ser discretas (os) em relação a algumas posturas. Lembre-se que num grupo uma conversa nunca é privada. Se quiser conversar determinado assunto com uma pessoa, ou chamar sua atenção sobre alguma questão, o faça de forma privada. Nada mais desagradável do quer sermos plateia de conflitos ou expostas (os) de forma inconveniente. Assuntos pessoais sempre devem ser tratados de forma privada. Também vale ressaltar que temas polêmicos devem ser evitados, essa é uma regra fundamental para uma boa convivência.

    Memes e correntes – Evite correntes, principalmente as religiosas, porque elas podem gerar constrangimentos. As pessoas têm religiões diferentes e muitas nem são religiosas. A não ser que o grupo tenha sido criado com esse objetivo, pense bem antes de enviar cada mensagem, avalie se a pessoa para quem você está mandando vai gostar de recebê-la. Em relação aos memes, podem ser divertidos para muitos, mas todo excesso é desagradável.

    Adicionar novo integrante – Nada mais desagradável do que sermos adicionados a um grupo sem sermos consultados. Antes de adicionar uma pessoa, converse com ela (e) para saber se está de acordo em participar. A regrinha vale também para o trabalho. Quando precisar criar um grupo, avise aos colaboradores que serão incluídos em um novo grupo e do que se trata. Um detalhe importante: use sempre letras minúsculas em suas mensagens, letras maiúsculas é o mesmo que você estivesse gritando com a pessoa. E ninguém quer ser rotulado de mal-educado, não é?

     

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