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Verdadeira Natureza, por Mariana Ferrão

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Mariana Ferrão é jornalista, palestrante e CEO da Soul.me, empresa especializada em bem-estar, qualidade de vida e desenvolvimento humano. Aqui, marca um encontro quinzenal com as leitoras - e consigo mesma
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“Muito bom para ser verdade” ou “Muito bom e é verdade?”

Quanto tempo a gente perde na vida sem se permitir aproveitar o que está bom porque temos medo de que aquilo vai acabar?

Por Mariana Ferrão
26 abr 2023, 07h13
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  • Há dois meses, eu e meu marido, Thiago Arruda, estamos conduzindo um novo grupo na nossa jornada de autoconhecimento chamada “Novos Caminhos – como usar o corpo para hackear a mente”.  Temos encontros bimestrais presenciais, áudios e exercícios semanais passados através do celular e, a cada mês, uma roda de conversa online ao vivo com os participantes.

    Ao todo são aproximadamente 30 pessoas e, na nossa última conversa, fiquei impressionada com a quantidade de gente que questionou se estava fazendo os exercícios corretamente:

    – “Não sinto dor e acho que estou fazendo alguma coisa errada”

    – “Quando parou de doer, parei de fazer porque achei que não estava mais funcionando”

    Estas foram algumas das frases dos participantes. E aí te pergunto: por que a gente valoriza tanto a dor como um balizador de que estamos no caminho certo?

    O exercício da academia só vale se os músculos ficam doloridos depois, o dinheiro só é merecido se veio com muito esforço, o relacionamento só é bom se a gente sofre, a balada só tem sentido se eu me acabo de dançar e desmaio na cama depois.

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    “No pain. No gain”.

    Por outro lado, também ouvimos de algumas pessoas alguns depoimentos do tipo:

    – “Eu estava com muitas dificuldades com meu parceiro e agora as coisas começaram a melhorar. Mas sinto medo porque sei que o que está bom deve acabar logo, não vai durar”

    – “Há muito tempo estava procurando um novo relacionamento, mas não queria qualquer pessoa. Queria O CARA. Agora ele apareceu e tá bom demais para ser verdade”

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    E aqui deixo outra pergunta: por que não trocar o “ é bom demais para ser verdade” por “é muito bom e é verdade”?

    Quanto tempo a gente perde na vida sem se permitir aproveitar o que está bom porque temos medo de que aquilo vai acabar?

    Não é preciso ter medo porque a real é: vai acabar sim. O momento vai passar, você aproveitando ou não. A única diferença é que, se você aproveitar, vai poder ter o registro, a memória. E a cada vez que faz isso, você ganha mais referências de como ser feliz. A felicidade também é uma habilidade que se treina.

    A natureza das nossas emoções e das nossas sensações é transitória, ou seja: elas não duram para sempre, nos atravessam como ondas, mudando a temperatura, a agitação e, às vezes, até a cor do nosso oceano. Se você tentar freá-las, o máximo que pode conseguir é um bom caldo que te levará para uma profundidade escura onde talvez falte ar e sobre ansiedade

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    E se você ainda está presa no “é muito bom para ser verdade” ou no “nada é tão ruim que não possa piorar”, não se culpe! A humanidade tem uma longa trajetória de viés de negatividade – vivemos muitos e muitos anos lidando com ameaças e perigos reais – como ataques de animais ferozes, guerras entre tribos rivais e falta de comida. Nosso cérebro “evoluiu” para se proteger e virou expert em prever acontecimentos negativos.

    Infelizmente, ainda há muita gente no planeta que convive com inseguranças e violências inadmissíveis de diversos tipos no dia a dia. Mas também há uma parcela imensa de pessoas que, apesar de não terem ameaças palpáveis no cotidiano, carregam na mente o tempo todo o medo de que algo ruim aconteça. 

    Eu não te conheço, mas te peço um favor. Respire fundo e responda sinceramente para você mesma: na maior parte do tempo em que você se preocupa há MESMO algo errado acontecendo? Ou existe “só” o medo de que algo vá acontecer?

    Na minha opinião, uma das coragens mais profundas que cada uma de nós, que cada um de nós, precisa ter é a de elevar nossos pensamentos e nossas emoções acima do nevoeiro do medo, conseguir, de verdade, ter a esperança de que a vida seja boa e fique ainda melhor.  Isso começa quando a gente se permite aproveitar aquilo que já está gostoso. E não é fácil porque – de verdade – quem consegue fazer isso está remando contra uma maré poderosa e brutal conduzida intencionalmente –  ou não –  por todas as outras pessoas do planeta que vibram na energia do medo. 

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    Mas de que lado você quer ficar? Eu tenho feito uma escolha diária por um novo caminho em que a paisagem me assusta menos, tem mais cores, mais alegria, mais luz e mais milagres cotidianos. Estive no Peru no mês passado, e lá eles usam uma palavra que eu adoro: Desfrute! É como um convite para um dia de delícias! Os meus receios ficam menores quando me permito desfrutar da história que leio para meus filhos à noite, quando sinto o sabor de uma refeição feita sem celular, quando minha pele é tocada por um raio de sol, quando o vejo o céu rosado do outono, quando sinto meu corpo aconchegado em quem amo. 

    Estou lendo o terceiro livro de uma grande amiga que não está mais aqui com a gente, a Ana Michelle Soares, Entre a lucidez e a esperança” Ana Mi morreu em janeiro, mas segue viva em suas sábias palavras: “O dicionário define milagre como ‘acontecimento inexplicável, formidável, estupendo’ e, sendo assim, ele só existe para quem o sente. Não sei explicar a beleza de um pôr do sol…nem a satisfação de um abraço apertado cheio de amor… O único milagre que não se realiza é aquele que você não enxerga. Porque, acredite, a vida pode ser extraordinariamente estupenda quando aprendemos a sentir que tudo pode ser milagre.”

    É tão bom ler isso e é tão verdade que, para acabar, quero te fazer a pergunta que a Ana Mi faz no livro:

      “Qual foi o seu milagre de hoje?” Como meu dia está começando, vou ali atrás de alguns milagres e volto no mês que vem! 

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    Espero te encontrar cheia de milagres também. 

     

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