8 fatos sobre “A Bela e a Fera” que você não conhecia
26 anos após a estreia do filme, a roteirista Linda Woolverton e o compositor Alan Menken relembram o trabalho que trouxe esta adorada animação à vida.
Apesar da nossa empolgação, da nostalgia e do elenco inacreditável da versão live-action de “A Bela e a Fera“, que chega aos cinemas na próxima quinta-feira (16), de uma coisa não há dúvida: o filme não vai conseguir superar o brilho conquistado por sua versão animada, lançada pelos Walt Disney Studios em 1991.
Além de trazer músicas maravilhosas às nossas infâncias, o filme foi a primeira animação a ser indicada ao Oscar de melhor filme, em 1992 – quando levou para casa as estatuetas por Melhor Música Original e Melhor Trilha Sonora.
No jornal britânico The Guardian, a roteirista Linda Woolverton e o compositor Alan Menken contam em detalhes como aconteceram os processos de criação deste sucesso. Aqui vão as 8 mais incíveis curiosidades que eles revelaram por lá:
1. A história é muito, mas muito antiga – e o filme foi a terceira tentativa da Disney de adaptação
A versão original mesmo de “A Bela e a Fera” é um conto popular francês, publicado pela primeira vez no século 18 por Madame Suzanne de Villeneuve e recuperado mais adiante por Jeanne-Marie Leprince de Beaumont. Segundo Linda Woolverton, roteirista da Disney, os estúdios do sr. Walt já tinham tentado adaptar a história duas vezes, nos anos 1930 e nos 1950 – mas não levaram os projetos adiante até a versão de 1991.
2. Foi o sucesso de “A Pequena Sereia” que permitiu a existência de “A Bela e a Fera”
Nos anos 80, já fazia um tempinho que musicais não eram bem-vindos em Hollywood – e que a Disney não tinha um grande sucesso de bilheteria. Com a história de Ariel, no entanto, o cenário muda para os estúdios, e isso faz com que o caminho para “A Bela e a Fera” seja trilhado. “A Pequena Sereia” teve suas músicas criadas pelos mesmos compositores de “Bonjour” e “Alguma Coisa Aconteceu”, que receberam os prêmios pela trilha sonora destes dois filmes. Aliás, em 1992, a Bela até fez uma participação especial na cerimônia dos Oscars – junto da Fera, claro.
3. Na versão original da história, não havia objetos encantados (pois é!)
Imagina como seria o filme se não houvesse Lumière, Horloge, Madame Samovar ou Zip? Com certeza a história não seria tão divertida, não é? “Eu tinha visto a versão de Jean Cocteau dessa história durante a faculdade e sabia que objetos com vida faziam parte disso”, diz a roteirista. “Mas o que nos levou a criar Lumière e Horloge, o castiçal e o relógio, é porque Howard [Ashman, um dos compositores] me disse: ‘Quem vai cantar as minhas músicas?'”. Alan Menken, que trabalhou com Ashamn, também fala sobre isso. “Os objetos encantados nos permitiram criar músicas como ‘À Vontade’“, diz, referindo-se à cena em que todos os objetos cantam e dançam para encantar Bela.
4. A atenção à força de Bela como mulher já existia muito antes de Emma Watson
Quando foi chamada pelos estúdios para a adaptação, Linda Woolverton fez questão que Bela fosse diferente das outras heroínas da Disney. “Eu saí dos anos 60 e sou feminista”, conta, “e eu não achava que as mulheres deveriam aceitar uma heroína que simplesmente senta e espera um príncipe vir salvá-la”.
5. Mas houve resistência quanto à força da personagem feminina
“A equipe de animação da Disney era um ‘clube do bolinha’ na época”, conta Linda. “Eu enfrentei muita resistência. Tinha escrito uma cena na qual Bela marcava lugares em um mapa enquanto seu pai não voltava para casa – porque ela queria viajar para lugares interessantes. Mas quando a história voltou para mim, em vez de estar marcando esses lugares, ela estava assando um bolo”. A roteirista conta ainda que, se ela não houvesse recebido o apoio de Jeffrey Katzenberg, presidente da companhia na época, com certeza teria sido tirada do time de escritores.
6. A primeira cena, com a música “Bonjour”, quase não existiu
“A cena de abertura, com ela lendo enquanto anda pela cidade, é o que eu fazia quando menina”, revela Linda. “Quando minha mãe me enviava ao mercado, eu andava lendo na ida e na volta”. Esse momento específico do filme, no entanto, quase não existiu – ou, pelo menos, quase não existiu enquanto ato musical. Em entrevista ao jornal britânico Mirror, o compositor Alan Menken fala sobre seu companheiro de criações musicais, Howard Ashman, que escrevia as letras das canções. “Nós tínhamos escrito essa abertura musical que era muito mais ambiciosa do que o que tinham nos pedido, e eu me lembro do seu medo nesse momento”, diz. Ashman estava tão amedrontado que quase não enviou a proposta. Imagina só!
7. A roteirista não acredita haver síndrome de Estocolmo na história
Assim como Emma Watson, que quase saiu do projeto devido às acusações de síndrome de Estocolmo, a roteirista Linda Woolverton não acha que essa problemática exista no longa. A síndrome acontece quando uma pessoa encarcerada desenvolve um afeto ou apego incomum por seu próprio sequestrador. “Há muita gente que fala sobre a síndrome de Estocolmo com a Fera”, diz Linda. “Mas não há nada disso. A Bela muda ele”.
8. O criador das letras de música que embalaram gerações é homossexual
Houve muita polêmica quando o diretor da nova versão do filme, Bill Condon, revelou haver um personagem abertamente gay na história. Poucos sabem, no entanto, que o brilhante compositor por trás das letras que animam o filme também era homossexual. O trabalho incrível que o homem em questão, Howard Ashman, também fez ao lado de Alan Menken em “A Pequena Sereia” lhes rendeu quatro Oscars. Antes mesmo que “A Bela e a Fera” ficasse pronto Howard faleceu, vítima do HIV. As músicas que ele deixou para trás, no entanto, seguem encantando o mundo inteiro até hoje – mesmo que em novas versões.