A médica geriatra e especialista em cuidados paliativos Ana Claudia Quintana Arantes é autora de dois best-sellers com mais de 300 mil exemplares vendidos, “A morte é um dia que vale a pena viver” e “Histórias lindas de morrer”. No final de 2021, ela lançou um novo livro que traz reflexões sobre as mudanças que o envelhecimento impõe ao corpo e a mente, o “Para toda vida valer a pena: Pequeno manual para envelhecer com alegria”.
Com o lema: “O morrer pode ficar para amanhã, mas o viver é melhor que seja hoje”, Ana Claudia tem uma escrita delicada, envolvente, reflexiva e repleta de emoção em seus textos. A morte pautou seus dois livros de sucesso e, agora, a velhice é o tema de suas reflexões.
A população idosa brasileira cresceu 55% nos últimos dez anos, de acordo com dados do Fundo de População das Nações Unidas, e hoje representa cerca de 12% do total no país. As projeções apontam ainda que o percentual pode chegar a 30% em 2050.
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“Conversar sobre a morte faz com que você olhe pra sua vida com os olhos mais abertos e ouvidos mais atentos você se torna uma pessoa muito mais presente na sua vida quando você percebe que a sua presença não será eterna”, afirma a autora em entrevista exclusiva a CLAUDIA.
A médica tem proximidade com o tema no cotidiano, por isso decidiu transformar suas reflexões diárias em um livro, que funciona como um guia para quem está envelhecendo.
“O envelhecimento é o sucesso de uma vida. É um tempo de vida que permaneceu. É o momento de vida onde todas essas questões de cuidado físico, emocional, familiar, associado espiritual se tornam muito evidentes”, explica.
Ana Claudia afirma que a velhice traz uma certa fragilidade, vulnerabilidade e exige atenção, mas discorda que seja uma doença. “A Organização Mundial de Saúde [OMS] quer transformar a velhice em CID, um código de doença, e isso é um um grande perigo pra gente. Imagina se você começar a olhar idosos como seres doentes”, aponta.
Em dezembro de 2021, após pressão de organizações científicas e da sociedade, a OMS desistiu de classificar a velhice através de um CID, ou seja, como doença. O livro traça os caminhos que podem ser escolhidos para uma velhice saudável, com cuidados em todas as áreas da vida.
“As mulheres têm muito mais responsabilidade sobre o envelhecimento tanto de si mesmas como dos seus familiares. São as mulheres que acabam cuidando dos pais, de uma família. Dificilmente você vai ver um homem cuidando dos pais”, observa a autora.
Assim, as mulheres acabam sobrecarregadas em meio às tarefas de cuidado com o outro e negligenciam o cuidado consigo mesmas. “As mulheres pagam um preço ainda mais elevado”.
Com o livro, Ana Claudia deseja que “as pessoas tenham uma curiosidade amorosa pelo envelhecimento”, sem olhar para essa fase da vida com temor. “O futuro é um velho amigo desconhecido. A minha missão no final desse livro é que você saiba que é capaz de passar pelo envelhecimento tendo aproveitado a vida”, finaliza a autora.