Especialistas desmentem a história de Anne Frank que conhecemos
Não há certezas de que a família Frank tenha sido denunciada à polícia nazista. Em vez disso, pode ser que a captura tenha sido obra do acaso.
Todos conhecem Anne Frank: a menina judia cujo diário cativou o mundo e cuja família inteira foi capturada durante a Segunda Guerra Mundial. O desfecho de sua história, no entanto, ganhou recentemente uma releitura: ao mesmo tempo em que a versão mais divulgada conta que a família Frank foi entregue à polícia nazista através de uma denúncia, é possível que ela tenha sido meramente uma obra do acaso.
O Museu Anne Frank, em Amsterdã, conduziu uma investigação que trouxe algumas pistas neste sentido. “Este novo estudo revela que havia mais na Prinsengracht, 263 do que pessoas sendo escondidas”, alega, em nota, a instituição. “Trabalho ilegal e fraudes também estavam acontecendo no local”.
Por conta disso, aparentemente, o Sicherheitsdienst, Serviço de Segurança Alemão, descobriu a família enquanto tentava investigar não a presença de judeus e, sim, estes casos.
Uma das maiores pistas apontando nesta direção vem do próprio diário de Anne Frank. “A partir do dia 10 de março de 1944, ela fala sobre a prisão de dois homens que lidavam com documentos ilegais. Ela os chama de ‘B’ e ‘D’, se referindo a Martin Brouwer e Pieter Daatzelaar”, diz o estudo.