Alanis Morissette desembarca em novembro no Brasil para realizar a turnê comemorativa de 25 anos de seu terceiro álbum, Jagged Little Pill. Não vou mentir: assim que o anúncio foi feito, corri revisitar este que, sem sombra de dúvidas, é um dos meus discos favoritos. Em um único álbum, Alanis conseguiu emplacar canções como “Ironic”, “You Oughta Know” e “Hand In My Pocket”, que se tornaram marcos indiscutíveis da cultura pop.
Quem nunca se sentiu abraçado ao escutar alguma canção deste disco, que atire a primeira pedra! Por isso, separamos cinco motivos que fazem o terceiro disco de Morissette ser relevante até os dias atuais. Confira:
1. Vulnerabilidade e autenticidade na medida certa
Não é novidade que a música pop se reinventa a cada cinco ou dez anos, moldando a sua face de acordo com as necessidades do público. E durante os anos noventa, em meio às grandes divas performáticas como Mariah Carey, Whitney Houston e Madonna, Alanis surgiu como uma espécie de ovelha negra que cantava sobre aqueles sentimentos feios que ninguém queria olhar. Ela fez isso de forma tão confiante e autêntica, que não demorou muito para que uma nova era se iniciasse na indústria musical. Hoje, é impossível não dizer que grandes cantoras-compositoras, como Olivia Rodrigo, Taylor Swift e Lorde, não se inspiraram (e até se beneficiaram) ao menos um pouco dos trabalhos de Alanis.
2. Alanis desafiou estereótipos na música feminina
Antes de Avril Lavigne ser classificada como a “anti-Britney” dos anos 2000, por conta de seus trabalhos que eram a antítese do pop extravagante e sensual da época, Alanis já desafiava inúmeros estereótipos de gênero na indústria fonográfica. Não é exagero afirmar que “Jagged Little Pill” é um marco na representação feminina musical, pois suas faixas dão voz às experiências das mulheres de uma forma autêntica.
3. Temas atemporais
Relacionamentos abusivos, pressões sociais, frustrações afetivas: se até hoje essas temáticas continuam rendendo inúmeros debates, imagine na época. Em seu lançamento, “Jagged” incendiou inúmeras discussões urgentes que ultrapassaram a esfera da música, apenas provando o talento de Alanis em utilizar a sua arte como plataforma de transformação sócio-cultural.
4. Mundialmente reconhecido
Entre os inúmeros prêmios que “Jagged Little Pill” recebeu, o Grammy de Álbum do Ano em 1996 foi o mais simbólico. Desde 1959, Alanis foi apenas a nona mulher a receber o principal troféu da noite. E, claro, o fato do reconhecimento ter vindo com um projeto tão revolucionário torna tudo melhor.
5. Experiência catártica
Por último, não há como negar: este é um dos discos mais catárticos. Desde as batidas enérgicas até os riffs de guitarra explosivos e vocais expansivos de Alanis, a impressão é que a cantora deseja que expulsemos todos os nossos demônios internos ao seu lado. “You Learn” é uma ode a todas as dores que nos trouxeram aprendizados; “Perfect” ironiza as pressões pelas quais somos submetidos desde a infância; “All I Really Want” resgata aquela sensação sufocante de se sentir incompreendido em um relacionamento.
De forma geral, por meio de 13 faixas [pelo menos na versão standard, já que o disco ganhou alguns relançamentos], a cantora provou que é possível encontrar autoconfiança na vulnerabilidade. Obrigado Alanis!
Show de Alanis Morissette no Brasil
Até o momento, o show de Alanis Morissette em São Paulo é o único marcado na América do Sul. Os ingressos da pré-venda, que foram disponibilizados exclusivamente nesta terça (20) para clientes Santander, já estão esgotados.
A venda para o público geral está marcada para 22 de junho, a partir das 10h, no site da Eventim, e às 12h nas bilheterias oficiais.