Oliver Dowden, ministro da Cultura britânico, pediu à Netflix que coloque um aviso de que a série The Crown é uma obra de ficção, para que o público não confunda a trama com a realidade. De acordo com o jornal Mail on Sunday, um pedido formal será enviado à plataforma para que ela introduza uma advertência no início de cada episódio.
“É uma maravilhosa obra de ficção, mas como outras produções televisivas, a Netflix deveria ser muito clara desde o início de que é somente isso e nada mais”, disse Dowden ao jornal. “Sem isso, temo que uma geração de espectadores que não viveu estes eventos pode confundir a ficção com a realidade”, apontou.
A famosa série, que chegou a sua quarta temporada em novembro, gira em torno da família real britânica. Os novos episódios incluem a história do conturbado casamento do príncipe Charles com a princesa Diana, gerando muitas polêmicas em torno da construção do personagem do herdeiro do trono, que aparece na série como um marido frio, infiel e ressentido por conta da popularidade da esposa.
Na visão da especialista em realeza Penny Junor, que escreveu uma biografia sobre Charles, The Crown não fez um retrato exato do príncipe. Segundo a autora, em entrevista à AFP, ele provavelmente “foi um pouco insensível às vezes, mas não acredito que era arrogante ou indiferente, acredito que realmente tentou fazer o casamento funcionar”.
Quarta temporada polêmica
Não é a primeira vez que o pedido de mensagem de aviso no início dos episódios é feito, tampouco que a série é criticada pela forma como retrata os membros da Família Real. O irmão de Lady Di, Charles Spencer, recentemente também pediu que a Netflix reforce que a série é uma obra de ficção.
Além disso, segundo o Daily Mail, amigos do príncipe Charles lançaram um ataque violento à série, acusando-a de explorar a dor da família real para obter ganhos financeiros, distorcendo acontecimentos familiares e os apresentando como realidade.
O príncipe William, segundo o jornal The Times, também é um crítico da série. De acordo com a publicação, o filho mais velho de Diana considerou a produção “profundamente intrusiva” e disse que trouxe uma “visão perversa e nojenta dos membros mais importantes da Família Real britânica”. Além disso, ele também teria afirmado que acredita que seus pais foram “apresentados de uma forma falsa e simplista”.