O Beco do Pesadelo, novo filme de Guillermo Del Toro, já está em cartaz nos cinemas brasileiros. Na trama, o carismático vigarista Stanton Carlisle enfrenta uma crise financeira e precisa trabalhar em um circo de estrada deplorável. Lá, ele aprende truques de hipnose e ilusionismo, e decide criar o seu próprio espetáculo fraudulento de clarividência. A empreitada é bem-sucedida, mas acaba atraindo a atenção da psicóloga Lilith Ritter, que decide expor os truques de Carlisle.
Com um elenco excepcional, que reúne nomes como Bradley Cooper, Cate Blanchett, Rooney Mara e Willem Dafoe, a obra marca uma mudança significativa na carreira do cineasta mexicano, que se afasta da fantasia para criar um suspense repleto de reflexões sociais e emocionais provocativas. Ainda está com dúvidas sobre assistir? Não se preocupe. Claudia reúne 5 motivos que farão você correr para as salas de exibição. Veja a seguir:
Elenco de peso
Não há como ignorar um filme que tem no elenco Bradley Cooper (Nasce uma Estrela), Cate Blanchett (Carol), Toni Collette (Hereditário), Willem Dafoe (No Portal da Eternidade), Rooney Mara (Millennium – Os Homens Que Não Amavam as Mulheres) e Ron Perlman (Hellboy).
Porém, o grande destaque fica para Blanchett, que proporciona uma performance enigmática, sedutora e ácida como a psiquiatra Lilith Ritter. É impossível não permanecer hipnotizado pelo magnetismo da estrela. Cooper também faz um ótimo trabalho interpretando Stanton Carlisle, um homem assombrado por seu passado que tenta ganhar a vida ao trabalhar em um “circo de horrores” duvidoso. De modo geral, Del Toro consegue extrair atuações autênticas de todos os atores. Consequentemente, o público ganha uma experiência imersiva e memorável.
Direção de arte rouba os holofotes
Não é novidade que os filmes de Del Toro são verdadeiros espetáculos visuais. E em O Beco do Pesadelo, a designer de produção Tamara Deverell (que fez Star Trek: Discovery) criou dois universos encantadores e distintos no mesmo projeto. Um deles é o circo surrealista que marca presença no primeiro ato do longa e conta com diversas atrações que vão da inventividade à insanidade em questão de minutos.
Já o segundo núcleo estético está presente no elegante escritório art déco de Cate Blanchett, que evoca toda a elegância vintage dos anos 1940 e 1950. É importante ressaltar que, neste filme, as ambientações são elementos que complementam a história de forma ativa, modulando os sentimentos dos personagens e até mesmo dos espectadores.
O projeto se destaca na filmografia de Del Toro
Os fãs do cineasta mexicano podem se surpreender, já que esta é a história mais sóbria do diretor. Esqueça a contagiante fantasia de O Labirinto do Fauno, A Espinha do Diabo e A Colina Escarlate. Desta vez, o artista se afasta dos monstros e fantasmas que moldaram a sua carreira para apostar em temáticas mais mundanas, como a manipulação e traumas irreparáveis. Essa é uma mudança narrativa que pode surpreender, de forma positiva ou negativa, quem sempre espera os grandes arcos sobrenaturais de Del Toro.
Temática provocativa capaz de despertar inúmeras reflexões
A força da manipulação é a temática central de O Beco do Pesadelo. E na história, o cineasta explora as variadas facetas das mentiras e ilusões, sem soar moralista. Ao contrário, consegue manter uma certa “neutralidade” narrativa em quase toda a experiência, permitindo que o público tire suas próprias conclusões morais. Até onde podemos ir para alcançar nossas ambições? É possível não ser vitimizado pelos próprios desejos? E o mais importante: por que procuramos as respostas de nossa vida no desconhecido? Todos esses questionamentos provocantes estão presentes na trama.
A produção está ganhando destaque na temporada de premiações
Com aspectos narrativos e técnicos tão bem-desenvolvidos, era evidente que O Beco do Pesadelo ganharia destaque durante a atual temporada de premiações. Atualmente, o filme acumula indicações em cerimônias prestigiadas como o SAG, Gold Derby e Critics Choice Awards, incluindo também nomeações ao Oscar 2022.