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“Priscilla, a Rainha do Deserto” brilha com espetáculo glamoroso em SP

Em entrevista exclusiva, elenco comentou sobre os bastidores e as expectativas para o espetáculo em cartaz no Teatro Bradesco

Por Sarah Brito
Atualizado em 20 jun 2024, 11h19 - Publicado em 19 jun 2024, 10h36
“Priscilla, a Rainha do Deserto” brilha com espetáculo glamouroso em SP
Em cartaz no Teatro Bradesco, em São Paulo, musical inspirado em clássico do cinema queer dos anos 1990 conta a história de amizade e aventuras de duas drags e uma mulher trans que viajam a bordo de um ônibus em busca do espetáculo de suas vidas (Caio Galucci/Divulgação)
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Inspirado em um dos maiores clássicos do cinema queer dos anos 1990, o musical Priscilla, A Rainha do Deserto acaba de chegar a São Paulo para uma série de espetáculos repletos de extravagância e muito glamour neste mês do Orgulho.

Celebrando a arte e a vivência Drag Queen, nesta adaptação dirigida por Mariano Detry, Reynaldo Gianecchini, Diego Martins, Verónica Valenttino e Wallie Ruy integram um o elenco que dá vida ao enredo permeado por amor, arte e performances em uma das histórias mais emblemáticas da cultura LGBTQIAPN+.

A bordo do icônico ônibus-casa, carinhosamente apelidado de Priscilla, Mitzi Mitosis (Gianecchini), Felícia (Martins) e Bernadette Bassenger (Vallentino e Ruy) são protagonistas dessa jornada em busca do espetáculo de suas vidas, embalados por uma trilha sonora potente e figurinos tão marcantes quanto a representatividade presente neste enredo.

“Priscilla, a Rainha do Deserto” brilha com espetáculo glamouroso em SP
Inspirado no filme clássico dos anos 1994, musical “Priscilla, a Rainha do Deserto” segue em cartaz até o dia 01 de setembro no Teatro Bradesco (Caio Galucci/Reprodução)

Em entrevista exclusiva à CLAUDIA, eles compartilharam o clima de bastidores, preparativos e expectativas de público para este musical que promete agitar o Teatro Bradesco até o dia 01 de setembro. Confira a entrevista completa na íntegra:

CLAUDIA: Quais aspectos da história de Anthony “Tick” mais ressoam com sua vida pessoal? É um personagem que conversa com sua personalidade?

Reynaldo Gianecchini: O Tick sempre teve muito medo de não corresponder às possíveis expectativas que o filho teria sobre ele, de não agradar e não se encaixar no que seria a imagem de um pai ideal para o menino.

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E depois ele acaba fazendo uma jornada onde ele percebe uma aceitação, no caso do filho, e também de quem ele é. Ele passa a ser quem ele é sem medo, livre e pleno.

“Priscilla, a Rainha do Deserto” brilha com espetáculo glamouroso em SP
Reynaldo Gianecchini interpretando Anthony “Tick” Belrose, a drag Mitzi no musical “Priscilla, a Rainha do Deserto” (Caio Galucci/Divulgação)

Acho que essa jornada eu fiz também. Durante muito tempo eu fiquei muito preocupado com o que as pessoas pensavam sobre mim, em corresponder ao que provavelmente eu deveria ser aos olhos das pessoas, e isso não era uma coisa que me deixava pleno. 

E aí, com a maturidade, eu fui entendendo que não preciso agradar ninguém. O legal é eu ser senhor de mim mesmo e ser inteiro, ser verdadeiro. Vejo muita semelhança entre nós dois nessa jornada.

CLAUDIA: Você encontrou algum elemento da trama ou da própria personalidade de Tick que foi, particularmente desafiador de traduzir para os palcos?

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Reynaldo Gianecchini: É bastante desafiador você interpretar um personagem que é uma drag, porque as drags são artistas muito completos e muito autênticos e cheio de talentos. É um personagem que exige bastante.  Mas eu confesso que pra mim, O grande desafio, que mais me dá medo do fracasso (risos) foi cantar. Mais do que dançar, até. 

Cantar num musical é uma experiência realmente muito fora da minha zona de conforto. Eu tô adorando vencer esse medo, aprender e me desenvolver nesse palco de musical.

“Priscilla, a Rainha do Deserto” brilha com espetáculo glamouroso em SP
Verónica Valenttino e Reynaldo Gianecchini contracenando juntos durante o espetáculo (Caio Galucci/Reprodução)

CLAUDIA: Saber que o Stephan Elliott [diretor do longa de 1994] se inspirou em aspectos e experiências vividas em terras brasileiras para o roteiro de Priscilla, torna essa adaptação aos palcos ainda mais especial. Quais discursos vocês acreditam que Stephan retrataria caso a criação deste roteiro ocorresse em 2024?

Verónica Valenttino: Eu acredito que se fosse o mesmo roteiro em 2024, especialmente no Brasil, país que ainda mais mata LGBTs, principalmente mulheres trans e travestis, liderando o ranking mundial de homicídio dessa população, acredito que esse seria um dos fatores importantes a serem tratados. 

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A negação dos nossos direitos também seria um enfoque. E também acredito que as conquistas em relação a vários direitos da nossa comunidade, que a gente já avançou, desde a época do primeiro roteiro até os dias de hoje.

Wallie Ruy: Acredito muito nesse pensamento em relação às conquistas, fazendo um paralelo principalemente com o que aconteceu em Nova York. Me faz pensar que nesses agrupamentos, nessas familiaridades de travestis, encontraram nas ruas e nas esquinas o amparo para poder encontrar sobrevivências. 

Mas também acho que ter duas travestis no Congresso Nacional, legislando com a gente e pela gente é um espaço que tem esse paradoxo, porque o país que mais mata travestis e transexuais é também um país que avança, na mesma medida, em seus direitos.

A luta também é sobre permanência nesses espaços. Visualizar o quanto que a gente pode participar desse futuro traz uma sensação avassaladora.

“Priscilla, a Rainha do Deserto” brilha com espetáculo glamouroso em SP
Reynaldo Gianecchini, Diego Martins e Verónica Valenttino durante cena em “Priscilla, a Rainha do Deserto” (Caio Galucci/Reprodução)
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Verônica Valenttino: E essa liberdade conseguida, né? Esse direito de existir em plena luz do dia, de adentrar outros lugares, essa conquista, na verdade, de resistir em outros ambientes.

CLAUDIA: Quais emoções vocês esperam evocar com esse espetáculo?

Verónica Valenttino: Eu acho que é um espetáculo que convida o espectador a esse mergulho nas suas próprias cores, a ter essa travessia para dentro de si, questionando e refletindo sobre seus conceitos pré-estabelecidos, sobre seus pensamentos sobre outros corpos “não entendíveis” para muitos deles. 

É um convite a ver de uma maneira mais empática à nossa arte e aquilo que a gente faz por muito tempo pra sobreviver e continuar re-existindo.

CLAUDIA: Assim como o sarcasmo e as falas cirúrgicas de Adam Whitley trazem reflexões atemporais sobre autoconhecimento e pertencimento dentro da comunidade, esse mesmo sarcasmo já foi ou é presente em sua vida assim como é na vida do personagem?

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Diego Martins: Totalmente. Eu me reconheço em muitos comportamentos do Adam. Existe uma coragem em mim, um orgulho de ser quem eu sou, existe uma liberdade em mim, da qual eu não abro mão e não deixo ninguém tirar de mim. 

O Adam tem muito disso, e leva para sua drag também, assim como eu faço na minha vida. Me diferencio do Adam no momento que ele se mostra alguém impulsivo, aí eu sou completamente diferente! (risos). Mas essa ironia, esse sarcasmo que o torna engraçado, eu tenho muito!

“Priscilla, a Rainha do Deserto” brilha com espetáculo glamouroso em SP
“Priscilla, a Rainha do Deserto” em cartaz até o dia 01 de setembro no Teatro Bradesco (Caio Galucci/Reprodução)

CLAUDIA: A Felícia pode ser facilmente colocada como a mais ousada do trio. Suas performances são marcantes e exuberantes, assim como todo o espetáculo. Você sentiu que essa liberdade foi decisiva para atribuir ainda mais extravagância para uma performance ao vivo?

Diego Martins: O musical é icônico, inclusive em suas coreografias. Na nossa montagem, isso fica nas mãos da maravilhosa Mariana Barros [diretora de coreografia], que foi muito sensível e atenta ao corpo de cada personagem para montar as coreografias de uma maneira que respeitasse os limites de cada um. 

Ou seja, as coreografias também contam a história junto com o desenvolvimento dos personagens. No meu caso, a Felícia é exatamente essa ousadia em pessoa. Rápida, jovem, e a coreografia traz para além de tudo isso, um pouco da minha personalidade como Diego também, já que estou totalmente imerso nesse mundo de extravagância que é a arte drag.

Onde comprar os ingressos?

“Priscilla, a Rainha do Deserto” permanece em cartaz até o dia 01 de setembro, no Teatro Bradesco, em São Paulo. Os ingressos podem ser adquiridos no site do Uhuul por a partir de R$21,15. Clique aqui e saiba mais. 

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