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Quem foram as 3 cientistas negras que fizeram história na NASA?

Conheça as incríveis histórias das mulheres que são personagens do filme “Estrelas Além do Tempo”.

Por Júlia Warken
Atualizado em 20 jan 2020, 21h44 - Publicado em 1 fev 2017, 07h48
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  • O ano era 1961 e a NASA estava em polvorosa. O sonho de colocar o homem no espaço estava se tornando realidade e, em abril daquele ano, a Rússia viria a ser o primeiro país do mundo a conseguir esse feito. A expedição americana já estava planejada para o ano anterior, mas não conseguiu se concretizar a tempo de bater os russos. Pensa no clima de 7×1!

    O que todo mundo sabe é que, em maio de 1961, Alan Shepard consagrou-se como o primeiro americano no espaço e, em fevereiro de 1962, John Glenn foi o primeiro a entrar na órbita da Terra. Mas o que praticamente ninguém sabia, até pouco tempo atrás, é que três mulheres negras foram cruciais para que essas empreitadas dessem certo.

    Essa é a história contada no livro Hidden Figures (Figuras Escondidas, em tradução livre), lançado pela escritora Margot Lee Shetterly. No Brasil, o livro ganhou o mesmo nome do filme, “Estrelas Além do Tempo” (HarperCollins) e fala da trajetória das cientistas Katherine Johnson, Dorothy Vaughan e Mary Jackson, finalmente prestigiada.

    O elenco conta com as maravilhosas Taraji P. Henson (Empire), Octavia Spencer (Histórias Cruzadas) e Janelle Monáe (em seu primeiro trabalho de destaque no cinema) nos papéis principais. Dá só uma olhada:

    Impossível não se emocionar, né? Conheça mais da trajetória dessas guerreiras maravilhosas!

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    Katherine Johnson (Taraji P. Henson)

    nasa.gov e Divulgação nasa.gov e Divulgação

    O site oficial da NASA define Katherine como “a garota que amava contar”. Nascida em 26 de agosto de 1918, no interior da Virgínia Ocidental, ela foi uma aluna genial desde o colégio. Formou-se no High School aos 14 anos e na faculdade aos 18.

    Trabalhou durante anos como professora e passou um tempo como dona de casa, dedicando-se aos filhos. Em 1953, conseguiu ingressar no Comitê Nacional de Consultoria para Aeronáutica (NACA), agência que deu origem à NASA em 1958. Inicialmente, o cargo dela na NACA era de computer, pois ela resolvia os cálculos que os computadores viriam a fazer mais tarde.

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    Katherine foi responsável por calcular a trajetória da expedição de Alan Shepard, que aconteceu em 1961. Já na operação que colocou John Glenn na órbita da Terra, ela foi crucial para a verificação dos cálculos feitos em computador. Mesmo com a ascensão da tecnologia, naquela época o trabalho matemático era muito braçal e as contas feitas por computadores precisavam ser exaustivamente analisadas. Em 1969, a cientista também contribuiu para planejar a trajetória do lendário Apollo 11. Katherine foi a primeira grande mulher da história da NASA.

    O reconhecimento só veio oficialmente em 2015, quando ela recebeu a Presidential Medal of Freedom – a maior condecoração que um civil pode receber nos EUA – das mãos de Barack Obama. Em maio de 2016, a NASA inaugurou uma central de pesquisa batizada com seu nome. Ela tem 98 anos e vive até hoje.

    Dorothy Vaughan (Octavia Spencer)

    nasa.gov e Divulgação nasa.gov e Divulgação

    Nasceu em 20 de setembro de 1910, no Missouri e iniciou sua carreira na NACA em 1943. Segundo conta o site oficial da NASA, a NACA já contratava mulheres como computers humanos desde 1935. Era um trabalho muito tedioso e pouquíssimo reconhecido, por isso diversas mulheres eram empregadas para tais vagas.

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    Dorothy trabalhou durante 28 anos na NACA/NASA, sempre na área de computadores (antes e depois da utilização de computadores eletrônicos). Em 1949, passou a coordenar uma equipe de computers formada exclusivamente por mulheres. Quando Katherine Johnson entrou na NACA, Dorothy era sua chefe. A cientista era especialmente genial na área da decodificação e seu trabalho foi determinante para a implementação do Fortran (sistema de linguagem de programação criado nos anos 1950) dentro da NASA.

    Dorothy se dividia entre o trabalho nas missões espaciais e a vida como mãe. Um de seus filhos também chegou a trabalhar na NASA, inclusive. Ela faleceu em 10 de novembro de 2008, aos 98 anos.

    Mary Jackson (Janelle Monáe)

    nasa.gov e Divulgação nasa.gov e Divulgação

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    Nasceu em 9 de abril de 1921, na Virgínia. Ela era engenheira, mas começou na NACA como computer, em 1951. Mary passou a demonstrar um talento incomum para análise de dados e aprimoramento técnicos nos testes do chamado “túnel de vento” (que simulava os voos). Ela basicamente fazia o trabalho dos engenheiros, mas sendo reconhecida apenas como uma computer comum. Segundo o site oficial da NASA: “a mesa dela ficava junto com as das outras computers e somente muitos, muitos anos depois, permitiram que ela trabalhasse diretamente com os engenheiros de testes de voo”.

    Insatisfeita ao ver a forma desigual como a NASA tratava as minorias e as mulheres, ela começou a ser uma espécie de mentora, instruindo funcionários menos favorecidos sobre como eles poderiam ascender profissionalmente. Décadas depois, conseguiu assumir cargos de liderança e passou a batalhar por igualdade de direitos dentro da agência, chamando a atenção do governo americano em Washington. Lembrada como uma das figuras mais humanas da história da NASA, Mary colocou sua reputação em jogo na época, mas teve sua voz ouvida e foi pioneira em batalhar pelas minorias na agência.

    Assim como Katherine e Dorothy, ela também se dividia entre a NASA e a criação dos filhos. A engenheira faleceu em 11 de fevereiro de 2005, aos 83 anos.

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