Foto: Hugo Santarem
ANTES
“Quanto mais triste eu ficava, mais descontava na comida.”
Eu me gabava por ser a filha magrinha da família. Tinha tudo no lugar mesmo depois de me tornar mãe. Engravidei cedo, aos 15 anos, e tive três filhos, um seguidinho do outro. Em 2003, assim que nasceu meu último bebê, decidi me submeter a uma laqueadura.
Já estava separada do pai dos meus filhos e encarei a cirurgia como uma nova fase. Uma semana após o procedimento, retomei o meu peso habitual: 55 kg. Tenho 1,59 m de altura.
Mantive esse peso nos dois anos seguintes, até ficar desempregada. Nesse meio-tempo, encontrei um novo amor, o André, que acolheu meus filhos como se fossem dele. Por ficar em casa o dia todo, passei a comer mais do que devia. Meu marido me acompanhava nas extravagâncias alimentares, mas, no final das contas, engordei sozinha.
Vivia um processo terrível e vicioso: quanto mais comia, mais triste ficava. E quanto mais triste, mais descontava na comida. Consegue entender o problema?
Minha vida de gordinha me custou caro. Perdi todas as minhas roupas. Em três anos, pulei do manequim 36 para o 46. Passei a usar só peças largas, do tipo camisetão, e calça de moletom. Meu emocional também ficou abalado.
O André dizia que não se importava, mas eu me sentia insegura. Passei a dispensar os passeios, a fugir de viagens à praia e a sofrer com o medo constante de o André se apaixonar por uma mulher mais magra e bonita do que eu.