Depois que acrescentei fibras ao cardápio, meu intestino se tornou um reloginho!
Foto: Candida Photo Art
Meu pai não quis comer pizza comigo e com a minha irmã naquela noite, como sempre fazíamos nos jantares lá em casa. Ele preferiu pedir um x-bacon pelo telefone. Foi o lanche da despedida. Os órgãos dele foram parando aos pouquinhos, e acabei enterrando meu paizinho dias depois. O diagnóstico: congestão por x-bacon. Trágico.
Meu pai não foi a primeira pessoa que perdi para a gordura. Um ano antes, em 2004, quem partiu foi minha mãezinha. Mesmo diabética, ela comia muito bolo e chocolate escondida. Morreu aos 56 anos. A minha irmã partiu com 42 anos, em 2007. Ela estava na fila da redução de estômago. Media 1,47 m e estava pesando 150 kg. Tudo muito triste.
Eu estava com o pé na cova
Emagrecer, pra mim, não era mais questão de beleza, era caso de vida ou morte. E eu estava com 112 quilos. Também, já cheguei a comer 37 pedaços de pizza de uma vez e a devorar torresmo com leite condensado. Tudo pra tentar conter a tristeza que sentia por passar tantos anos naquela situação.
A manhã do dia 26 de janeiro de 2009 parecia ser mais um desses dias de infelicidade profunda. Eu estava com preguiça de abrir o olho e sem vontade nenhuma de respirar ou de viver… Confesso, eu não me achava mais uma mulher, me sentia uma banha ambulante.
O dia em que a minha ficha caiu
Me arrastei até o espelho e algo diferente aconteceu. Pela primeira vez na vida eu me olhei de verdade. Não para a banha que se espalhava pra todos os lados, mas para a Elenir que existia dentro de mim. Uma mulher incrível estava oprimida dentro daquele corpo. ”Você só precisa de você mesma pra sobreviver, Elenir!”, eu disse. Era o meu grito de libertação.
Naquela mesma manhã, tirei do armário minha maquiagem, meus cremes para o cabelo e fui atrás das melhores roupas disponíveis para o manequim 54. Eu já era casada, e fiz uma reunião com o marido e meus dois filhos para anunciar a mudança: a partir daquele momento a ordem em casa seria comer verduras, frutas e pratos saudáveis. Todo mundo riu da minha cara. Ninguém acreditou que eu pudesse manter uma dieta por muito tempo.
Perdi dois quilos por semana!
Daquela manhã decisiva até hoje apenas oito meses se passaram e ninguém mais duvida do que sou capaz. Foram 45 quilos perdidos, quase dois por semana. E não tomei nenhum tipo de medicamento nem usei nenhuma fórmula industrial. Eu mesma criei a minha dieta depois de pesquisar sobre alimentos na internet.
Minha maior descoberta nesses oito meses de emagrecimento foram os alimentos ricos em fibras: farelo de trigo, farelo de trigo, aveia, farinha de linhaça, pão integral. Eles estão em quase todas as minhas refeições. São gostosos, dão energia, regulam o intestino e trazem a sensação de saciedade. Combino esses alimentos com iogurte e saladas, e sempre os coloco nas refeições principais. Eles são auxiliares poderosos do meu emagrecimento.
Criei o dia do bota-fora
Minha vida mudou radicalmente. Eu comecei a andar todos os dias. O meu condicionamento melhorou com o tempo, e hoje consigo correr seis quilômetros sem parar. E nem pense que eu deixei de comer gostosuras por causa da minha reeducação alimentar. Uma vez por semana faço o dia do bota-fora. Me permito gostosuras. Claro que não como mais 37 pedaços de pizza, mas encaro uns quatro de vez em quando.
A diferença é que deixei de ser aquela gordinha que fica do lado da mesa, sempre pronta pra comer. Hoje eu não devoro mais a minha vida como fazia antes, mas a saboreio lentamente, curtindo cada momento.
Virei exemplo de superação
A ficha do meu marido demorou a cair. Quando se deu conta de que é casado com uma mulher magra, virou um ciúme só…
Com muita determinação, não apenas superei a obesidade e fiquei linda, como estou ajudando outras pessoas a mudar de hábitos. Sou dona de uma comunidade de emagrecimento no Orkut e tenho um blog (blogdagugui. blogspot.com), para troca de mensagens. Minha história tem servido de exemplo a muitos internautas e também aos meus dois irmãos, que ainda são muito gordos. Hoje eles têm o meu exemplo de que dá, sim, pra emagrecer.