Emma Watson vai passar um ano longe do cinema para se dedicar ao feminismo
Ela também falou a respeito da ligação entre feminismo e autoestima: “Eu deixei para trás muito da minha autocrítica”.
A atriz britânica Emma Watson embarcou com tudo na militância feminista e isso já não é mais novidade. Em setembro de 2014 ela tornou-se porta-voz da campanha HeForShe e seu nome passou a ser fortemente vinculado movimento. Desde então, ela atua como Embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres.
O HeForShe levanta a bandeira do engajamento masculino junto ao feminismo e o discurso de Emma no lançamento da campanha deu o que falar. Por um lado ela é criticada por ser liberal demais e por dar protagonismo aos homens, quando, na verdade, a causa é primordialmente feminina. Por outro, ela se propõe a popularizar a causa feminista, expandir a problemática e fazer com que todos se empenhem no combate à desigualdade de gênero, o que é bem positivo.
Há um ano e meio Emma vem se dividindo entre carreira e militância, mas ela acaba de anunciar que fará uma pausa na vida profissional durante 2016. “Ficarei um ano sem atuar para me focar em duas coisas, na verdade. O meu desenvolvimento pessoal é uma delas. Minha meta é ler um livro por semana e também ler um livro ao mês como parte do meu clube de leitura. Estou lendo muito e estudando por conta própria. Eu até pensei em me dedicar ao estudo de gênero por um ano, então eu vi que estava aprendendo muito indo a campo e apenas conversando com pessoas e lendo. Eu quero continuar seguindo esse caminho. Eu estou lendo muito esse ano e também quero ouvir muito.”
A declaração rolou em uma conversa entre Emma e a escritora Bell Hooks, ativista apontada pela atriz britânica como uma de suas maiores inspirações no feminismo. O encontro foi realizado pela Paper Magazine, que vem publicando uma série de conversas entre mulheres que se admiram mutuamente.
Emma ainda falou sobre amadurecimento, lembrando da época em que atou na saga Harry Potter, e de como o feminismo tem impacto na sua autoestima. “Eu estou em uma jornada e as coisas podem mudar, mas eu posso dizer o que é realmente libertador e empoderador na questão de estar envolvida com o feminismo: é o fato de que eu deixei para trás muito da minha autocrítica. Engajada no feminismo, agora eu tenho uma espécie de bolha na minha cabeça com os pensamentos negativos a respeito de mim mesma e é onde eu posso combate-los de uma forma muito racional e rápida. Eu acho que se eu pudesse dar às mulheres algo através do feminismo – ou algo sobre empoderamento – seria apenas a respeito de ser, de caminhar em frente, de passar por tudo isso. Eu vejo muitas mulheres batalhando com questões ligadas a autoestima. Elas sabem e elas ouvem e elas leem nas revistas a todo momento que amor próprio é importante, mas é muito difícil botar isso em prática”, finalizou.