Era de se esperar.
Com o anúncio do livro, oficialmente não autorizado, que vai contar a versão de Meghan Markle e príncipe Harry sobre os fatos que os levaram a deixar a Inglaterra, a tensão voltaria na Família Real.
Não deu outra.
A revista britânica Tatler traz uma longa matéria assinada pela escritora Anna Pasternak, autora de livros sobre a princesa Diana (mais notoriamente o livro Diana In Love, de 1994, que descreve o romance de Diana com James Hewiit) onde todos os fatos que há mais de um ano são citados como os motivos para o rompimento entre príncipes William e Harry voltam à tona. De novo é a verdadeira razão da briga entre Kate Middleton e Meghan Markle sobre a roupa da princesa Charlotte no casamento e o fato de que William e Kate receberam uma médium em Kensington para fazer contato com Diana.
Com o título de Catarina, a Grande, a matéria é um longo artigo que parece ser pró-Kate, mas não é. Sim, Anna faz elogios à discrição da duquesa, mas também chama sua mãe, Carole, de “deslumbrada e difícil”, assim como ressalta que de doce, Kate só tem a aparência. Ou seja, se a intenção é de se defender antecipadamente do vem na biografia de Meghan e Harry, não parece ajudar muito.
Segundo Anna, ela conversou com “amigos e pessoas próximas de Kate e príncipe William“, vejam os destaques da matéria.
Protocolo e “tradição da meia-calça”
Muita gente acompanhou como Meghan Markle sofreu para se adaptar ao rigoroso regime da Família Real antes de desistir de tentar.
A primeira briga com Kate Middleton começou justamente por conta do rígido – e frequentemente exagerado – protocolo. Muito mais do que ‘gafes’ sobre fechar a porta do carro pessoalmente ou não, cor do esmalte, a lista é longa. Então não é exatamente surpresa saber que as duas cunhadas brigaram feio (com Kate chorando) porque Meghan quebrou mais uma regra da tradição britânica.
A discussão das duas foi porque Kate e Meghan não chegaram a um acordo se a pequena Charlotte deveria usar meia-calça no dia do casamento (como manda o protocolo) ou não. “Fez muito calor no dia do ensaio e aparentemente houve um bate-boca se as daminhas deveriam usar meia-calça ou não. Kate, que segue o protocolo ao pé da letra, votou por manter a tradição. Meghan foi contra”, diz uma testemunha à autora.
A imagem da pequena princesa no dia do casamento mostra quem ganhou o argumento.
Em contraste, pouco tempo antes do casamento de Meghan e Harry, a pequena Charlotte também foi daminha na cerimônia de sua tia Pippa. Só que lá ela seguiu a tradição que sua mãe queria manter na festa de Harry e Meghan. A princesa usou meia-calça, mesmo no verão.
Ressentimento permanece inalterado e agenda apertada
Segundo Anna Pasternak, embora as notícias em geral sejam de uma reaproximação dos irmãos, a distância e o tempo não aliviaram a mágoa ainda. “Kate entende que a única obrigação para a Família Real é dever, dever, dever”, diz uma amiga da duquesa. “Enquanto com os Sussex é sempre uma incerteza, os Cambridge representam estabilidade e continuidade”, ela diz.
Segundo essa amiga, desde que Meghan e Harry se afastaram, Kate teve que participar de 11 eventos em um único mês, três deles em um espaço de 24 horas. Anna elogia o fato de que Kate manteve a calma e a serenidade em meio à toda crise, mas alega que a verdade é outra.
“Kate sabe o que o país precisa e quer”, diz a amiga. “Ela [Kate] está furiosa porque o volume do trabalho aumentou drasticamente. Claro que está sorrindo e vestida apropriadamente, mas ela não quer isso. Ela se sente exausta e presa. Ela trabalha tanto quanto uma CEO que tem que ser conduzida o tempo todo, mas sem benefícios de férias ou feriados”, diz.
A comparação de executiva parece um pouco exagerada, mesmo que sim, Kate ande sem a menor dúvida, bem mais ocupada.
De preguiçosa à mais atuante, mas ‘impenetrável’
Anna Pasternak faz questão de creditar Kate como a fonte da modernização dos discursos do príncipe William e alega que a duquesa vem tentando a relaxar em público também. Até pouco tempo, Kate e William eram criticados justamente por fazerem pouco pela Família Real, e ela tinha um apelido pelas costas de “Duchess Dolittle” (Duquesa que faz pouco, do inglês). Se hoje Kate Middleton vive o auge de sua popularidade entre os súditos, nos primeiros anos o cenário era bem diferente. Sua timidez e discrição, frequentemente foram apontados como frieza e ainda geram dúvidas sobre ela. “Não sei bem quem ela é. Já passei um bom tempo por perto dela e ela é impenetrável, não há nada para gostar ou detestar nela“, diz uma fonte. “Ela mantém a cabeça baixa porque o prêmio de ser rainha é grandioso. Ela se espelha na Rainha e agora fala como ela”, diz a mesma entrevistada.
Dicção perfeita, fruto de treino e esforço
Kate não vem de família nobre, mas de pais bem sucedidos e donos do próprio negócio. Para os ingleses, a pronúncia das palavras revela muito a posição social do indivíduo. Filmes como o musical My Fair Lady confirmam a paixão britânica pela dicção. Antes de entrar para a Família Real, Kate falava com o sotaque de sua cidade, perto de Londres. Depois de treino com fonoaudiólogos, hoje sua pronúncia é mais apurada do que a do próprio William. Quando a imprensa frequentemente lembra que Kate mudou a maneira de falar, nem sempre parece ser um elogio. É a mesma coisa na matéria da Tatler.
Fã do príncipe e o destino que os uniu
A adolescente Kate Middleton – diz a lenda – tinha um poster do futuro marido no quarto. O destino ajudou e ela conheceu o príncipe em 2001, quando estudava História da Arte, na Universidade de St Andrews, onde ele também estudou. O romance dos dois levou 10 anos até o casamento, com direito a um término e volta no meio, assim como apelidos de Waity Katy (Kate que espera) e constantes lembranças de sua origem de plebéia antes que subisse ao altar. Uns dizem que ela tem um ‘sorriso de plástico”, mas Kate se mantém firme.
Mãe é a pessoa no comando da família Middleton
Segundo a autora, a união da família Middleton é um dos fatores que William mais adora sobre a esposa. Ele se sente bem com os sogros, especialmente com a sogra, Carole, a quem ele tem como uma segunda mãe. Porém, o que Kate tem de simples Carole tem de “exigente”. “Carole é esnobe”, diz a amiga de uma ex-namorada do irmão de Kate, James. “Carole é a cabeça de todas as ações das duas meninas [Kate e Pippa]”, ela diz.
Pippa, aliás, ainda é a melhor amiga de Kate e uma de suas poucas confidentes. “Pippa é paranóica quanto os paparazzi e só chama sua irmã de ‘a duquesa’, o que as pessoas acham forçado”, diz a mesma amiga. “Mas elas são leais uma à outra e entre elas três – Carole, Kate e Pippa – há uma conexão muda porque elas não acreditam que deram tão certo e é para manter o prêmio”, diz.
As comparações com Diana e a visita da médium
Inevitavelmente é apontada a diferença entre Kate e sua sogra, a princesa Diana.
As ações controladas da duquesa são opostas às atitudes espontâneas de Diana, e foram elas que a fizeram tão popular até hoje. Não é surpresa que seja justamente a constância de Kate que conquistou a Família Real. Um sinal de como ela foi aprovada, a Rainha mudou a tradição milenar na ordem sucessória para incluir Charlotte como a 4ª na linha do trono.
Assim como Harry, William é apaixonado e defensor da memória de sua mãe.
E, quem diria, William e Kate são fãs de esoterismo. Recentemente, antes da quarentena, eles teriam recebido em casa uma médium que os teria ajudado a se conectar com Diana. Segundo a médium, William foi afetuoso e mais aberto, enquanto Kate permaneceu mais fechada. Nenhuma informação se conseguiram fazer contato, infelizmente.
Meghan e Kate, a amizade que não virou realidade
Se Kate parece popular, ela não é unanimidade e certamente como 100% dos artigos afirmam, ela não se dá bem com Meghan.
“Ela nunca abraçou Meghan e disse “vou te dar as dicas””, diz uma amiga. “Catherine e William foram muito circunspectos sobre Meghan desde o início, o que magoou e irritou Harry. William, de forma acertada, aconselhou à Harry para ir mais devagar e foi por isso que eles se desentenderam. Quando a briga foi piorando, Kate, que era próxima de Harry, tentou aliviar as coisas, mas sua lealdade é à William“, explica a amiga.
O incidente da briga da meia-calça teria sido a gota d’água para Kate, que mudou em relação à Meghan desde então. Depois de brigarem no ensaio, as duas bateram boca de novo quando Meghan teria destratado um funcionário do palácio de Kensington. A fonte de dentro do palácio é dura quanto à Kate. “Ela quis colocar Meghan no lugar dela’. No Palácio ouvimos inúmeras histórias de queixas sobre um ou outro ser um pesadelo, mas nunca se ouve nada sobre Kate“, diz a fonte de Kensington. “Kate mantém sua equipe enquanto Meghan não. Isso não diz tudo?” Não necessariamente.
Declarações de Meghan e Harry alucinam William
“William é absolutamente incandescente sobre Megixt. Toda vez que os Sussex fazem uma declaração, isso atinge a todos como uma bomba. Os Cambridge cambaleiam como os outros, mas todos se preocupam como tudo está afetando a Rainha“, diz um entrevistado, citando o exemplo de que Meghan e Harry anunciaram sua organização Archewell justamente no dia em que o primeiro-ministro Boris Johnson foi internado e a Rainha fez o discurso para pedir à população para fazer o isolamento social da quarentena.
“Meghan e Harry têm sido egoístas“, diz um amigo de William e Kate, que, segundo comenta, “[eles] queriam ser pais presentes, mas os Sussex jogaram seus três filhos embaixo do bonde. Adeus à levar as crianças à escola agora que passaram a ter mais responsabilidade:, completa.
Amigos certos e selecionados, e o dever acima de tudo
Mesmo com tanta pressão, incluindo fofocas de infidelidade de William, Kate segue sendo a conselheira a quem ele mais escuta. Anna Pasternak não poupa a duquesa quando cita que seus poucos amigos fazem todos parte da nobreza ou da elite britânica. Também diz que Kate circula pouco em lugares públicos justamente para não chamar a atenção, mas, principalmente para não dar nenhuma oportunidade para escândalos. Como diz a matéria, Kate passa a percepção de que colocar o dever à frente de qualquer coisa. Assim como The Crown diz que a Rainha faz.
“Qualquer que seja a verdade, como a mulher que vai estar ao lado do homem que vai governar o que Winston Churchill chamou de o maior trono da História, Kate é uma jogadora nata”, escreve Anna. “Não subestime Rainha Catarina”, recomenda.