As 5 maiores polêmicas de ‘O Outro Lado do Paraíso’
Agressão às mulheres, amamentação cruzada, coaching e muitos outros temas que viraram polêmica nos últimos meses de 'O Outro Lado do Paraíso'.
Chegamos à última semana e ao final de ‘O Outro Lado do Paraíso‘ e já começa a bater aquela saudadezinha de Clara (Bianca Bin), Patrick (Thiago Fragoso) e outros personagens, não é mesmo? Mas tem algo que não vamos sentir muita falta: o tanto de polêmica que essa novela causou nos últimos meses. Entre as inúmeras abordagens equivocadas, escolhemos as principais dessa novela da Globo para relembrar um pouco cada caso.
1. Irresponsabilidade ao falar de agressão às mulheres
Clara e Gael (Sergio Guizé) tiveram um amor à primeira vista logo no comecinho da novela, começaram a namorar e logo se casaram. Infelizmente, isso passou longe de um final feliz de filme romântico: Gael era extremamente possessivo e agressivo, e reprimia qualquer tentativa de Clara te der amizades ou ver outros homens. O comportamento tóxico era visto também na intimidade, pois Gael agrediu Clara tanto através de agressões quanto praticando sexo à força. Tudo isso serviu para deixar o psicológico de Clara em frangalhos, e ela logo foi mandada para uma clínica psiquiátrica.
A Globo teve uma abordagem primorosa a respeito das agressões às mulheres, e até exibiu durante os capítulos uma mensagem institucional alertando cobre como isso é crime, mas isso se perdeu completamente na segunda fase da novela. O plano do autor foi dar uma redenção a Gael, então ele usou todo o tipo de passada de pano possível: insinuou que Gael era agressivo por ter um “espírito maligno” dentro de si e até “terceirizou” a culpa, afirmando que esse lado violento de Gael só existe porque sua mãe Sophia (Marieta Severo) o agredia quando criança.
Em momento algum da trama o personagem foi realmente punido pelo que fez com Clara. Ele chegou a ser preso no começo da segunda fase após uma vingança, mas logo foi libertado. Desde então ele agrediu sua namorada Aura (Tainá Müller) e se negou a fazer qualquer tratamento psicológico para resolver seus problemas. Atualmente, num passo de mágica, o rapaz foi perdoado e é um dos possíveis pretendentes que podem ficar com Clara ao final da novela. Lamentável.
2. Cura Gay
Samuel (Eriberto Leão) no começo da novela era apenas mais um caso de gay no armário, daqueles que se forçam a casar com uma mulher apenas para não decepcionar a família ou a sociedade. Mas Clara expôs a intimidade do psiquiatra durante sua vingança, e o drama acabou virando uma piada. Seu amante Cido (Rafael Zulu), sua esposa Suzy (Ellen Roche) e a mãe Adinéia (Ana Lúcia Torre) passaram a morar na mesma casa e a relação se transformou num grande circo com piadas ofensivas a respeito da homossexualidade de Samuel. Cido, por exemplo, costumava chamar a sogra de “mãe de bicha” e a orientação sexual do médico era constantemente usada para minimizá-lo.
Como se toda essa palhaçada não fosse o bastante, os homossexuais da novela passaram por uma rápida “cura gay” no meio da trama, com recaídas heterossexuais que não faziam sentido algum. O público não gostou nem um pouco das mudanças, e no final da novela Adinéia vai se conformar que não existe “cura gay”. Era o mínimo, né?
3. Uso de coaching no caso de pedofilia
Laura (Bella Piero) passou por uma das situações mais tensas da novela, afinal fora assediada pelo padrasto Vinícius (Flávio Tolezani) durante a infância. Como Vinícius também esteve envolvido com a interdição de Clara, ele foi alvo da vingança de Clara e teve seu crime exposto. Para descobrir o que Vinícius havia feito com Laura, a vingativa da novela decidiu usar um método pouco convencional para terapia: sua irmã Adriana (Julia Dalavia) fez algumas sessões de hipnose através… de coaching!
Isso mesmo, Através de um merchandising pago por um curso de coaching, a personagem passou por um tratamento altamente não recomendável para casos dessa gravidade. O uso de coaching desagradou tanto os psicólogos (que se mobilizaram através de uma nota oficial do Conselho Federal de Psicologia) quanto os próprios adeptos de coaching, afinal Adriana fez tudo de forma muito equivocada.
4. Amamentação cruzada
Mais uma polêmica envolvendo o psiquiatra Samuel, mas dessa vez o tema é amamentação cruzada. Isso porque em um capítulo da trama o médico ofereceu Suzy como ama de leite para o filho de Diego (Arthur Aguiar) e Karina (Malu Rodrigues), o que é algo perigoso pelo risco de transmissão de doenças. O Ministério da Saúde até divulgou uma campanha na época explicando o que pode ocorrer com mãe e filho durante uma amamentação cruzada:
Após alguns capítulos, o autor se redimiu e explicou que o ideal seria fazer uma doação a um banco de leite.
5. Idealização da prostituição
Enquanto novelas como ‘Salve Jorge‘ e ‘Verdades Secretas‘ mostraram bem o quão perigosa pode ser a profissão de garota de programa, com todos os riscos e ameaças à vida das mulheres envolvidas, a novela ‘O Outro Lado do Paraíso’ optou por mostrar isso no lado do humor. O decadente bordel em Pedra Santa foi palco de diversas mulheres animadas, alegres e sempre felizes, mesmo naquela situação.
O local também se tornou destino de todas as mulheres que se desiludiam de alguma forma na trama: foi só a virginal Melissa (Gabriella Mustafá) não conseguir um desempenho sexual de seu marido Arthur que ela abandonou o casamento e se jogou de cabeça no mundo da prostituição para leiloar a virgindade. Precisava disso?