Tippi Hedren, 86 anos, atuou em dois filmes do grande diretor falecido Alfred Hitchcock, conhecido e aclamado por desenvolver clássicos do suspense. Mas, segundo a atriz americana, Hitchcock passava do limite profissional e agia abusivamente durante as filmagens e nos bastidores. Em Os Pássaros (1963), por exemplo, Hedren conta que aves vivas foram usadas para serem atiradas contra ela ou ainda amarradas em seu corpo com elásticos para gravar uma cena.
Para piorar, nos bastidores, Hitchock pedia que membros homens da equipe não interagissem com a atriz, insistia para que ela saísse com ele para comer e beber após o expediente, chegou a tentar beijá-la a força em seu carro e encurralá-la em um canto para pedir que ela o tocasse sexualmente. Os detalhes são dados pela própria Hedren no livro, lançado nesta terça-feira (01), na Inglaterra, Tippi: A Memoir (“Tippi: Uma memória”, em tradução livre). As citações foram adiantadas pelo jornal britânico Daily Mail. “Era feio, brutal e implacável”, escreveu a atriz.
No longa Marnie, Confissões de uma Ladra, o camarim de Hedren ficava ao lado do escritório de Hitchcock, separado apenas por uma porta que não podia ser trancada. Ainda, ele encomendou uma máscara com o rosto da moça, mas que não tinha propósito nas filmagens. “Sempre que me via sozinha, ele achava um jeito de expressar sua obsessão por mim, como se eu devesse retribuir de alguma forma”, conta.
Segundo ela, houve outro episódio em que o diretor foi mais agressivo: “Eu nunca dei detalhes sobre isso e eu nunca vou dar. Eu apenas digo que de repente ele me pegou e colocou as mãos em mim. Foi sexual, foi depravado e foi feio”, relata. A atriz também o acusa de arruinar sua carreira, impedindo que ela fosse dirigida por outros diretores e indicada ao Oscar por conta do contrato.