Bianca Bin aproveita o ótimo momento na carreira e na vida pessoal
Foto: TV Globo/Divulgação
Insatisfação. Esta é a marca da Carolina de “Guerra dos Sexos“. Ela não suporta a vida simples que leva ao lado dos pais, não engole o cargo modesto que ocupa na Charlô’s, não quer saber do amor de Ulisses (Eriberto Leão), enfim… Nada presta para a vilãzinha da trama das 7. Já para a intérprete da personagem, Bianca Bin, é o contrário. A vida é mais do que bela.
Não é para menos. Aos 22 anos, e com apenas três anos de carreira na TV, ela curte a repercussão de sua primeira vilã e ainda está em lua de mel com o marido, o ator Pedro Brandão, com quem se casou em maio deste ano, depois de um ano de namoro.
Confessa! Você está com medo de apanhar nas ruas por causa das armações de Carolina?
Acho que o público já está bem mais esclarecido. Antigamente, a gente ouvia essa história de que ator apanhava na rua. Hoje em dia, não tem mais isso, não. Mas gosto de ver como é que o público encara as maldades da Carolina… Porque ela é do jeito que é pela criação que recebeu, por tudo o que vive em casa, pelas frustrações da mãe (Nieta, interpretada por Drica Moraes).
Mas isso a faz menos vilã?
Tudo o que Carolina faz, para ela, não tem o peso da maldade. É como se fosse uma patologia. Para as pessoas que têm o costume de mentir, a mentira vira uma realidade, não tem o peso que teria para a gente. Para ela, é por uma boa causa. É para tirar a mãe dessa vida de feirante, para dar um futuro melhor para a mãe e para o pai (Dino, vivido por Fernando Eiras) uma casa melhor. Quero que o público entenda isso.
A personagem costuma falar muito para a câmera, dirigindo-se ao público diretamente…
É, a gente está fazendo uma coisa nova, que é essa quebra da quarta parede, então, às vezes olho para a câmera, divido com o público. O Jorginho (Fernando, diretor-geral da novela) está ousando. No começo, fiquei com muito medo, mas confio nele.
É uma maneira de a personagem ganhar a cumplicidade do público?
A gente defende tanto a personagem, tem desculpa para tudo, tem argumento… O que eu espero é ser compreendida, não quero que tenham tanta raiva de mim, que entendam os motivos da Carolina, a cabeça dela, essa doença… Para ela, tudo é por uma boa causa, entendeu?
Carolina é a sua primeira vilã. Está sendo uma virada, não é?
Ah, está! É muito bom, muito divertido. Sair da minha zona de conforto que era fazer drama e mocinha, para experimentar uma coisa completamente diferente, que é uma comédia…
É difícil?
Está sendo desafiador, mas muito instigante, prazeroso. Foi uma grande oportunidade que o Silvio de Abreu (autor da novela) me deu. Aliás, devo a minha carreira a esse homem, porque ele me tirou de Malhação (2009) e me deu a oportunidade de fazer Passione (2010), no horário nobre. E, agora, no começo deste ano, recebi o meu primeiro convite para fazer essa vilã, que é a primeira da minha carreira também. Ele apostou as fichas dele em mim, confiou mesmo no meu trabalho. Então, estou muito honrada, superfeliz, e com uma responsabilidade imensa nas costas, de atender a essa expectativa e de surpreender, de superá-la.
Viu algo da versão original?
Não. No começo até falei: “Silvio, não estou pesquisando, não estou vendo o trabalho da Lucélia (Santos, que fez a Carolina em 1983), você acha que devia ver?” E ele disse: “Não! Estou reescrevendo, será uma novela nova e não quero essas referências”. Obedeci!
Você tem umas cenas bem pesadas com Tiago Rodrigues, o Zenon…
É, esse peso mais dramático está na relação com o Zenon, que é a grande paixão dela. O resto é armação em cima de armação. Com o Zenon ela amolece, fica romântica. Mas ele é muito parecido com ela também. Mas aí é meio que o start também para as maldades dela. Ele não dá moral, não dá atenção, caga na cabeça dela.
Falando de romantismo… Como está a vida de casada?
Estou muito feliz! Realizada plenamente no meu trabalho, na minha profissão e na minha vida pessoal. Não tenho do que reclamar, sou uma abençoada.