Os membros da família real da Holanda tiveram o direito ao casamento homoafetivo oficializado nesta semana pelo primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte. Desde de 2001, o país permite a união entre pessoas do mesmo sexo, mas a norma não deixava claro se a realeza também era englobada.
Segundo Mark Rutte, o anúncio foi feito diante de um cenário hipotético, ou seja, não há nenhuma informação de que algum membro deseja se casar com uma pessoa da mesma identidade de gênero.
“O gabinete não vê que um herdeiro ao trono ou o rei deva abdicar se quiser se casar com um parceiro do mesmo sexo”, disse o primeiro-ministro.
A fala de Rutte veio após o lançamento de um livro sobre a princesa Amalia, primeira filha do rei Willem-Alexander. Na publicação, é debatido diversas teorias sobre a sua vida, inclusive o que aconteceria com o seu futuro na realeza caso tivesse uma esposa.
Mesmo sem qualquer indicação de que isso venha a acontecer, a possível restrição aos casamentos homoafetivos na realeza foi discutida dentro do partido liberal, o VVD. Dois parlamentares questionaram o não cumprimento das “normas e valores de 2021” para a família real.
Após o esclarecimento de Rutte, outro ponto foi levantado pela população: como ficam os filhos desses relacionamentos? Atualmente, a constituição holandesa permite que o rei ou rainha deve ser sucedido por um “descendente legítimo”.
“É terrivelmente complicado”, comentou Rutte sobre a sucessão em caso de filhos adotivos ou fruto de doação de esperma. Para o primeiro-ministro, a resposta dependerá do Parlamento. “Vamos cruzar essa ponte se chegarmos a esse ponto”, afirmou em entrevista.