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Deborah Bloch dá lição sobre perigo de subestimar a gravidade da ditadura

A atriz participou do programa 'Conversa com Bial' para divulgar a nova minissérie da Globo, 'Segunda Chamada'.

Por Alice Arnoldi
Atualizado em 15 jan 2020, 09h08 - Publicado em 2 out 2019, 10h53
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  • Prestes a retornar às telinhas com a estreia da minissérie “Segunda Chamada”, no dia 8 de outubro, Deborah Bloch foi convidada para participar do programa ‘Conversa com Bial’, na última terça-feira (1). Entre detalhes da nova produção e como foi o preparo da professora Lúcia, personagem da atriz na trama, Bial relembrou o primeiro trabalho de Deborah no cinema e a questionou sobre como foi fazê-lo logo após o fim da ditadura militar.

    O filme era “Bete Balanço”, de 1984, no qual a atriz interpretava a personagem principal. “Ele acabou juntando todo aquele rock nacional, grupos de rock, que estava começando, em plena abertura”. Com a deixa, o apresentador perguntou como Deborah enxerga a época em que o longa foi ao ar, com os olhos de hoje .

    “É interessante porque eu cresci sob a ditadura militar, com esse fantasma muito presente. Me lembro muito desse clima do medo, de não poder falar, da censura, das pessoas serem presas e desaparecerem sem nenhum motivo. Foi uma época muito violenta. E peças sendo censuradas, músicas sendo censuradas… Uma coisa horrível. Quando eu entrei na adolescência, foi a época justamente da abertura em que essa tensão se dissipou. As pessoas começaram a poder falar, criar livremente e a vislumbrar o voto. Porque não se podia votar para presidente. Não se votava e eu me lembro das manifestações pelas ‘Diretas Já!’ e da primeira eleição”, contou a atriz.

    De forma muito poderosa, Deborah pontuou a falha da história brasileira de não construir uma memória de que a ditadura militar foi um período desolador. “É muito louco ver como a gente não fez uma memória, como a gente não colocou esse período como algo educativo – de entender nossa história para não repeti-la. A gente não fez um museu da ditadura e honrou as pessoas que morreram injustamente para deixar uma memória disso como um legado para essa garotada que está aí agora entender que isso não é legal. Que não é bom repetir!”

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